João Pessoa é a capital do Nordeste com mais mulheres que relatam ter sofrido violência sexual, diz ONU

Um total de 8,80% das mulheres ouvidas em João Pessoa por uma pesquisa divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou já ter sido vítima de violência sexual em algum momento da vida. O resultado colocou a capital no topo da lista das capitais nordestinas com maior ocorrência deste tipo de violência. Na sequência, as cidades de Maceió (8,64%), Natal (8,38%), Aracaju (8,08%), Salvador (7,81%), Fortaleza (6,98%), Teresina (6,35%), Recife (5,16%), e São Luís (3,67%) completam a lista do ranking de violência sexual.

>>> Pesquisa indica que 27% das mulheres nordestinas sofreram violência doméstica <<<

O relatório da ONU foi divulgado na quinta-feira (23) e tem como base uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e Instituto Maria da Penha, que ouviu 10 mil mulheres nas nove capitais da região nordeste. Os dados saem às vésperas do Dia Internacional de Não Violência contra a Mulher, que acontece no sábado (25).

No registro de situações caracterizadas pela violência doméstica emocional, a cidade de João Pessoa surge na lista como a segunda na relação entre as capitais, com 32,59% das mulheres revelando ter sido vítimas de algum tipo de ataque desse tipo ao longo da vida. A cidade de Natal foi a primeira com 34,82% de vítimas mulheres. A capital com menor registro foi São Luís, com 19,72%.

Em relação aos casos de violência doméstica física, a cidade de João Pessoa ficou na quinta colocação do ranking regional, 17,87% das mulheres disseram ter sofrido algum tipo de agressão pelo menos uma vez na vida. Salvador foi a capital com o maior percentual [19,76%] entre as mulheres entrevistadas e São Luís a que menos apresentou casos, com 12,54%.

Ainda de acordo com a pesquisa, 27% das mulheres com idades entre 15 e 49 anos já foram vítimas de violência doméstica ao longo da vida e 17% das nordestinas foram agredidas fisicamente pelo menos uma vez. Um dos pontos revelados pela pesquisa que chama a atenção é para a baixa percepção da vizinhança ou grupo social, ambos com 30%, acerca das agressões dirigidas às mulheres.

Ano passado, a Paraíba registrou oficialmente 376 estupros, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública no final de outubro.