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VIDA URBANA

Médicos do Isea denunciam falta de profissionais e de ala para gestantes com Covid-19

Profissionais também relatam superlotação na UTI Neonatal, e alto risco de contágio pelo novo coronavírus na unidade.

Publicado em 28/07/2020 às 16:31 | Atualizado em 29/07/2020 às 8:19


                                        
                                            Médicos do Isea denunciam falta de profissionais e de ala para gestantes com Covid-19
Morre bebê de mãe que pode ter sido vítima de negligência médica no Isea (Foto: Leonardo Silva)

				
					Médicos do Isea denunciam falta de profissionais e de ala para gestantes com Covid-19
Morre bebê de mãe que pode ter sido vítima de negligência médica no Isea (Foto: Leonardo Silva). Morre bebê de mãe que pode ter sido vítima de negligência médica no Isea (Foto: Leonardo Silva)

Profissionais de saúde que atuam no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, a Maternidade do Isea, estão denunciando uma série de irregularidades na unidade, que é referência para atendimento a gestantes com Covid-19, em Campina Grande. Entre as denúncias, está a falta de uma ala específica para a realização de cirurgias em gestantes infectadas pelo novo coronavírus.

Em entrevista à Rádio CBN, um médico que trabalha no Isea, que prefere não ser identificado, denunciou o alto risco de contágio pelo novo coronavírus, principalmente, na ala cirúrgica da maternidade. Segundo o médico, desde março, quando o instituto se tornou referência no tratamento de gestantes com Covid-19, os profissionais reivindicam, junto à direção da unidade e à Secretaria de Saúde de Campina Grande, pela abertura de uma sala cirúrgica exclusiva para gestantes portadoras do vírus, de forma a preservar a saúde das demais pacientes.

"Ao longo dos últimos cinco meses insistimos para que se construa uma sala de cirurgia externa, fora do centro cirúrgico, para que as pacientes com Covid-19 sejam cirurgiadas lá. Hoje, no centro cirúrgico em que atendemos as pacientes que não possuem Covid-19, nem suspeita da doença, também atendemos gestantes positivadas e bebês recém-nascidos. Isso aumenta o risco de contágio, tanto para os pacientes quanto para nós, profissionais, de maneira considerável.", comentou.

Já sobre o problema da falta de profissionais de saúde para atuar no local, a médica Tereza Raquel de Brito, que coordena a UTI Neonatal da unidade, explicou que desde antes da pandemia não há uma quantidade de médicos compatível à necessidade de pacientes. Segundo a médica, tanto a direção da unidade quanto a Secretaria de Saúde do município sabem do problema, que foi debatido em outubro do ano passado junto ao Ministério Público.

"Se antes da pandemia não conseguíamos fechar escala, agora a situação está bem pior, porque a demanda de pacientes aumentou bastante. Temos muitas médicas que compõem o grupo de risco para a doença e estão tendo que trabalhar porque não conseguimos fechar a escala.", disse.

A pediatra também destacou a superlotação da UTI Neonatal do Isea. Segundo ela, a capacidade da UTI é de contar com até 10 leitos, mas hoje atende com 17 leitos. Dessa forma, não há como realizar partos de bebês prematuros, já que não há leitos para que eles fiquem em tratamento.

Conforme o Isea, cinco médicas pediatras já foram que trabalham na maternidade foram infectadas pelo novo coronavírus. Entre eles está a médica Ana Cantalice, que faleceu na última quinta-feira (23) em João Pessoa, após complicações da Covid-19.

Em resposta às denúncias, o diretor do Isea, doutor Mário Oliveira, relatou que todos os problemas apresentados acontecem desde 2018, e que estão em discussão. No entanto, as solução não dependem apenas da unidade, mas de entidades a nível estadual, segundo ele.

O JORNAL DA PARAÍBA entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Campina Grande para obter mais respostas, e recebeu uma nota com explicações sobre o caso. Confira na íntegra:

NOTA – Secretaria de Saúde de Campina Grande

A Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande esclarece que a dificuldade para fechar a escala de médicos pediatras neonatologistas do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida - ISEA se deve pela escassez destes profissionais no mercado de trabalho. Além disso, com a pandemia do novo coronavírus, médicos dos grupos de risco para a Covid-19 que atuavam na maternidade foram afastados das suas atividades, de forma preventiva, conforme determinam os protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde.

Mesmo antes do início da pandemia, a Secretaria de Saúde publicou um chamamento público para contratação imediata de profissionais médicos para a rede municipal de urgência e emergência. O processo continua em vigor e qualquer profissional poderá procurar o setor de Recursos Humanos na Secretaria de Saúde, no bairro da Liberdade, das 7h às 13h, para realizar o credenciamento no chamamento público.

Também por conta da pandemia, a maternidade precisou passar por reformulações na estrutura para atender gestantes com suspeita ou com diagnóstico confirmado de Covid-19 de Campina Grande de outros 69 municípios. Dos 140 leitos regulares, 34 foram isolados para casos de gestantes e bebês com suspeita do novo coronavírus e a ala semi-intensiva para Covid-19 da unidade deverá ser ampliada de oito para 15 leitos. A Secretaria de Saúde ainda vem realizando pagamentos de 40% de reajuste no salário dos servidores que trabalham diretamente com gestantes e bebês com suspeita da Covid-19.

Desde 2013, a Prefeitura Municipal de Campina Grande já investiu mais de R$ 5 milhões em obras de ampliação do ISEA. Foram construídas duas novas UTI's (materna e neonatal), além da Casa da Gestante e do Centro de Parto Normal (CPN). Nos últimos sete anos, a maternidade também ganhou novos leitos e, em 2016, foi criado Programa de Residência Médica do município para as especialidades de pediatria e neonatologia, incentivando a formação de novos profissionais nestas áreas.

Imagem

Bruna Couto

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