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VIDA URBANA

Paraíba reduz déficit de moradias em 0,6%

Déficit habitacional teve redução de apenas 0,6% ao longo de cinco ano, segundo pesquisa. 

Publicado em 26/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 12:25

O déficit habitacional na Paraíba quase não foi reduzido entre os anos 2007 e 2012. Isso porque, de acordo com uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), realizada com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Estado teve redução de 0,6% no déficit de moradias ao longo de cinco anos e precisa que sejam construídas 111.895 casas para zerar a carência de imóveis na capital e no interior.

Entre os estados nordestinos, a taxa de 0,6% põe a Paraíba como o que menos conseguiu diminuir o déficit. Já os estados do Rio Grande do Norte e Sergipe aumentaram o déficit de domicílios em 3% e 16,2%, respectivamente.

Segundo a pesquisa, em 2007 a Paraíba possuía uma carência de 112.569 domicílios e em 2012 esse número reduziu para 111.895. Assim, o Estado é o quinto do Nordeste em demanda habitacional, atrás dos estados de Pernambuco, que precisa construir 232.071, Ceará, com déficit de 242.268 moradias, Bahia, que necessita construir 355.973 casas e Maranhão com déficit de 399.381 domicílios.

De acordo com a presidente do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) na Paraíba, Eunice Carneiro de Sousa, o déficit habitacional no Estado é fruto da ausência de políticas efetivas de moradia, ao longo de décadas e que gerou uma demanda muito maior que a capacidade de implementação dessas casas.

“Sempre existiu no Brasil, uma necessidade por habitações e isso se registra na nossa luta diária, mas o fato é que apesar de ainda termos muita estrada para trilhar e muitas famílias a garantir o direito básico de um lar, muito tem sido feito e no próximo ano, o MNLM, em parceria com a prefeitura de João Pessoa e com o governo do Estado, que cedeu um terreno em Mangabeira, vai construir mil casas das quais 200 serão indicadas por nós”, explicou.

OUTROS DADOS

Um dos responsáveis pela pesquisa, Vicente Correia Lima Neto, esclareceu que o levantamento ainda incluiu dados do Censo de 2010 e considerou situações de domicílios precários, coabitação - famílias que moram temporariamente na mesma residência -, famílias que comprometem mais de 30% da renda no pagamento de aluguel e, casas onde mais de três pessoas dividem o mesmo cômodo para dormir.

O ônus excessivo com aluguel foi identificado entre moradores da Paraíba como o problema mais crescente. De acordo com o pesquisador, o comprometimento de uma parcela maior da renda para o pagamento de aluguel passou a ser a causa mais crescente no levantamento sobre a deficiência habitacional da Paraíba, tendo sido identificado em 2007 como principal causa do déficit em 26.121 moradias, atingindo em 2012, 44.015 domicílios, ou seja, um aumento de 17,894 mil famílias gastando mais de 30% da renda com aluguel.

Na primeira análise, realizada em 2007, a coabitação era o componente que mais influenciava o índice. “A coabitação – que representava o componente mais relevante composto por 59.373 paraibanos foi também a que mais caiu, com redução de quase dois pontos percentuais, ou perto de 12,2 mil domicílios em cinco anos na Paraíba”, destacou Vicente Correia Lima.

O estudo do Ipea ainda aponta que, apesar da redução geral do déficit de 0,6% registrada na Paraíba, a precariedade na estrutura nos domicílios com renda domiciliar de até três salários mínimos aumentou em 5.067 moradias. No Nordeste, eram cerca de 16 milhões de domicílios em 2011, com déficit de mais de 1,8 milhão.

ÁREAS DE RISCO SÃO PRIORITÁRIAS

Na Paraíba, as políticas criadas pelo governo do Estado para a área de moradias são gerenciadas pela Companhia de Habitação Popular (Cehap). A reportagem procurou a presidente da instituição, Emília Correia Lima, para comentar o assunto, mas ela não foi encontrada na tarde de ontem na sede da Companhia e nem atendeu as ligações feitas ao celular dela.

Segundo a assessoria de imprensa da Companhia, Emília Correia estava ausente de João Pessoa, participando de uma solenidade na cidade de Guarabira.

Já em João Pessoa, as ações ligadas à moradia são coordenadas pela Secretaria de Habitação Municipal. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, neste ano, 2.049 domicílios foram entregues à população, nos bairros e comunidades do Jardim Veneza, Tapia/Nova Vida, Vale das Palmeiras, Ilha do Bispo, Timbó, Alto do Céu, entre outros.

A secretária de Habitação, Socorro Gadelha, acrescentou que a prefeitura vem trabalhando principalmente para beneficiar pessoas que moram perto de barreiras, encostas e rios.

“Estamos dando prioridade às áreas de risco. Por isso, além de elaborar projetos de habitação, iniciamos a execução de serviços de urbanização nas comunidades do Saturnino de Brito, Timbó, Taipa, favela do 'S', São Rafael, Santa Clara e Hildon Bandeira”, afirmou.

Outra atuação da prefeitura é desenvolvida em parceria com o Programa Minha Casa, Minha Vida, que já beneficiou 1.896 famílias apenas neste ano em João Pessoa. Outras 2 mil unidades deverão ser entregues até o final do próximo mês.

Além disso, o projeto para construção de outras 5 mil moradias já está em andamento.

“A meta da prefeitura é construir 13 mil moradias até o final da gestão. No começo deste ano, o Ipea apontou que o déficit de João Pessoa era de 19.500 casas, mas acredito que atualmente esse déficit caiu para 13.500”, disse Socorro.

SONHO DA MORADIA REALIZADO

As donas de casa, Márcia Santos de Sousa, de 25 anos, e Edileuza Henrique Sales, de 48 anos, foram contempladas em 2012, cada uma com um apartamento no Residencial Maria Salete Sales, localizado na Ilha no Bispo, em João Pessoa.
Ambas pagavam aluguel de casas localizadas próximo a um viaduto na capital, mas hoje criam seus filhos em residências próprias.

“Aqui não temos ainda toda a infraestrutura que precisamos, e o mais difícil é conviver com o lixo porque não há espaço para o tráfego do caminhão, mas damos sempre um jeito. O importante é criar meu filho em um ambiente que é meu e que será dele posteriormente”, afirmou Márcia.

Já Edileuza Henrique garantiu que a moradia sempre foi seu sonho e que realizá-lo, já enquanto avó, não diminuiu em nada sua emoção. “Passei a vida inteira trabalhando e vivendo em uma casinha que não era minha, e que não tinha estrutura.

Hoje, tomo conta do que é meu, realizei um sonho e peço a Deus pelos que ainda não possuem um lar para chamar de seu”, disse. (Vanessa Furtado)

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Jornal da Paraíba

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