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VIDA URBANA

Roubo e uso de drogas no Calçadão

Aumenta o número de  dependentes químicos cometendo delitos no Calçadão da Cardoso Vieira, em Campina Grande.

Publicado em 13/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:24

O Calçadão da Rua Cardoso Vieira, um dos pontos mais tradicionais e movimentados do Centro de Campina Grande, está se tornando o cenário para o consumo de drogas e a prática de roubos e outros delitos. Entre os dependentes, está um grupo de crianças e adolescentes com idade entre 12 e 15 anos que vivem na rua e, de acordo com as denúncias, estaria sendo aliciado por adultos. As meninas estão sendo alvo de exploração sexual.

Denúncias sobre o problema já foram encaminhadas para as polícias Militar e Civil e ao Conselho Tutelar. Comerciantes que atuam na região revelam que os adolescentes estão afastando os consumidores e frequentadores do local. “Eles ficam aqui usando droga e sempre de olho nas bolsas dos clientes, principalmente mulheres. É uma situação de risco também para a gente que trabalha no Calçadão e não pode fazer nada”, reclama um chaveiro que atua no Calçadão e não quis se identificar.

As crianças e adolescentes também são vítimas da ação de maiores de idade que se aproveitam da situação de vulnerabilidade para aliciar o grupo, entregando drogas e estimulando os roubos. Eles usam muita cola de sapateiro e tíner.

De acordo com o tenente-coronel Souza Neto, comandante do 2° Batalhão da Polícia Militar, é preciso identificar quem fornece os entorpecentes aos adolescentes para combater o problema.

“Já realizamos muitas apreensões de cola e tíner com crianças e encaminhamos para a Delegacia da Infância, mas logo essas crianças voltam às ruas. Precisamos de informações da população que nos ajudem a identificar quem entrega essas substâncias aos menores de idade, para que sejam responsabilizados, e intensificar a fiscalização nos pontos de venda de tíner”, avaliou Souza Neto.

O grupo é liderado por uma adolescente de 13 anos, que já foi identificada e encaminhada para serviços de assistência social da prefeitura e escolas da rede municipal, segundo informou o coordenador do projeto Ruanda, Francisco Miguel da Silva.

“Esse grupo tem inclusive uma líder de apenas 13 anos. Já identificamos os familiares das crianças e elas já foram atendidas, mas fogem e se recusam a ficar nos projetos sociais”, afirma.

O Ruanda também recebeu informações de que as meninas são aliciadas para a prática da prostituição, recebendo drogas e dinheiro em troca de sexo. “Infelizmente há meninas que fazem programa e praticam pequenos delitos. Nós do Ruanda não temos poder de polícia, o que fazemos é tentar convencê-las a sair da rua e encaminhá-las para os programas sociais da prefeitura. Estamos elaborando um dossiê sobre o problema para encaminhar ao Ministério Público”, relatou Francisco.

O pai da criança apontada como 'líder' do grupo está preso e ela mora com um casal de idosos, informou Eliane Gomes, do Conselho Tutelar leste, que acompanha o caso há seis meses.

“Já tentamos enfrentar o problema de todas as formas, mas é preciso a mobilização de toda a rede de proteção à infância.

São crianças que têm os direitos violados, mas que são reincidentes e estão sem o controle das famílias”, afirmou.

Eliane ainda contou que o Juizado da Infância e da Juventude insiste em deixar a adolescente sobre a guarda dos avós, ainda que eles não tenham controle sobre ela.

A delegada de proteção aos direitos da criança e adolescente, Alba Tânia Cassemiro, informou que as denúncias de exploração sexual não foram registradas oficialmente na Polícia Civil, mas que o caso do grupo já está sendo acompanhado.

“No ano passado fizemos um levantamento no Centro e identificamos crianças usando drogas e algumas foram encaminhadas para desintoxicação, mas não conseguimos identificar quem repassa a droga”, revelou.

A Polícia Civil alerta que os adultos que fornecem drogas a crianças podem responder por tráfico de drogas, com penas que variam de quatro a 15 anos de detenção. Já em casos de exploração sexual, a pena vai de quatro a 10 anos. Os pais também podem responder por abandono. A delegada Alba Tânia orienta que a população pode colaborar, registrando denúncias contra os aliciadores na Polícia Civil.

PROJETO FAZ MAPEAMENTO NO CENTRO

Um mapeamento realizado em dezembro do ano passado pelo projeto Ruanda, da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), identificou 104 crianças e adolescentes nas ruas do centro da cidade para pedir esmolas ou consumir drogas. A idade é entre 9 e 17 anos e a maioria delas possui família e casa para morar, mas continua na rua para arrecadar dinheiro nos sinais e financiar o consumo de entorpecentes.

Francisco Miguel, coordenador do projeto Ruanda, alerta que a população deve evitar dar esmolas para não estimular a manutenção das crianças nas ruas. “Mesmo quando conseguimos levar uma criança para os projetos sociais com educação, esporte e lazer, elas fogem em busca de dinheiro”, afirmou.

O Ruanda possui uma equipe de 30 pessoas que fazem buscas para identificar crianças em situação de risco e encaminhá-las para serviços de assistência social. Segundo Francisco Miguel, das 104 crianças identificadas no ano passado, apenas cinco estão fora das ruas e permanecem recebendo atendimento.

“Fazemos a abordagem e temos conseguido conquistar a confiança dessas crianças, o que é um trabalho difícil porque elas são muito desconfiadas diante dos abusos que sofrem diariamente”, avalia.

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Jornal da Paraíba

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