12 mil mulheres tratam efeitos da menopausa nos PSFs de CG

Existe um ditado que diz “a vida só começa aos 40”. Discussões à parte se isso é verdade ou não, o fato é que para muitas mulheres a vida começa a mudar a partir dos 40 anos. É o início de um novo ciclo em meio a uma série de alterações hormonais e físicas com a chegada da menopausa, período que os médicos explicam que se caracteriza pelo encerramento dos ciclos menstruais e ovulatórios.

Na Paraíba, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, existem pouco mais de 240 mil mulheres entre 40 e 49 anos, faixa etária onde os primeiros sintomas da menopausa começam a aparecer.

Contudo, nem todas elas enfrentam grandes dificuldades para adaptar-se a essa fase que já faz parte do ciclo biológico feminino. De acordo com a coordenadora do Programa de Saúde da Mulher de Campina Grande, Fátima Patrícia, apenas 20% desse grupo sofre com insônia, alteração no humor, distúrbios físicos, entre outros.

“Não é uma regra que toda mulher sofre demais com a menopausa. É claro que as ondas de calor, fadiga, secura vaginal e outros aspectos físicos são comuns para todas, mas apenas um pequeno grupo acaba enfrentando mais dificuldades em conviver com essas mudanças. Se esses problemas não foram acompanhados adequadamente, estes sintomas podem afetar atividades profissionais e relacionamentos afetivos, piorando substancialmente a qualidade de vida”, disse a coordenadora.

Atualmente, os postos do Programa de Saúde da Família (PSF) de Campina Grande atendem quase 80 mil mulheres entre 40 e 69 anos e oferece o tratamento específico para cerca de 12 mil que precisam superar as barreiras desse ciclo. Quem precisou passar por isso foi a advogada Socorro Brandão, 57, que não imaginava o quanto sua vida ia mudar. “Depois dos primeiros sinais de menopausa, deixei de menstruar aos 44 anos, quatro anos depois dos primeiros sintomas. Mas, apesar de não menstruar mais, os sintomas da menopausa continuaram intensos”.