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VIDA URBANA

139 mil pessoas vivem em um total de 90 comunidades na PB

Número rerpresenta 3,5% de toda a população paraibana, superando o total de habitantes da quarta maior cidade do Estado, Patos, que tem 106 mil pessoas.

Publicado em 07/11/2015 às 16:30

Áreas desordenadas, resultantes de invasões e que cresceram à margem da sociedade, com problemas sociais e de infraestrutura. Moradores que se dividem entre reivindicar melhorias, acesso a serviços básicos essenciais e ter orgulho do local em que vivem e constituíram família. Esse é o perfil das 90 comunidades carentes da Paraíba, onde vivem mais de 139 mil pessoas, o que representa 3,5% de toda a população paraibana, superando o total de habitantes da quarta maior cidade do Estado, Patos (Sertão), que tem 106 mil pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados fazem parte do Raio-X das Comunidades Carentes do Brasil, estudo da Geofusion, empresa especializada em Inteligência Geográfica de Mercado, realizado no primeiro semestre deste ano e divulgada na última terça-feira.

O estudo coloca a Paraíba como o 14° estado do país em número de comunidades carentes. Já com relação ao número de pessoas que vivem nesses locais, a Paraíba ficou em 15° lugar no país. Das 90 comunidades carentes na Paraíba, a maior parte está localizada na capital João Pessoa, com 59 comunidades, Campina Grande vem em segundo, com 18. Outras oito estão localizadas na cidade de Bayeux, na Grande João Pessoa, que engloba ainda Cabedelo, com quatro e uma em Santa Rita.
Os critérios de identificação para essas áreas foram as que apresentam urbanização fora dos padrões vigentes (com ruas estreitas e de alinhamento irregular, lotes de tamanhos e formas desiguais e construções não regularizadas por órgãos públicos); precariedade de serviços públicos essenciais; regiões de ocupação ilegal, construídas em terrenos de propriedade pública ou privada.

A comunidade mais populosa no Estado é o complexo Vila Teimosa – J. Coqueiral – Vem-Vem – Beira Molhada I, em João Pessoa, que abriga 13.789 habitantes. Em relação à capital, as comunidades abrigam 12,6% da população. O bairro do Pedregal, em Campina Grande, vem em segundo lugar no número de habitantes dentre as maiores comunidades carentes do Estado, seguido do bairro São José, também em João Pessoa.

Nascido às margens do rio Jaguaribe, próximo a áreas consideradas nobres, o bairro São José cresceu informalmente. Hoje, muitas construções estão instaladas em áreas de preservação permanente, e sua população sofre não só com a poluição do rio, mas também com enchentes em períodos de chuvas intensas. A casa de Maria de Lourdes da Conceição, de 77 anos, fica em uma dessas áreas. A aposentada reclama que mesmo depois de vários anos ainda não existe um sistema de saúde adequado para a população local. “Eu não ando mais e dependo da ajuda de outra pessoa que paga um médico para vir aqui, fazer os meus exames e a consulta. Se fosse depender de órgão público, talvez nem estivesse viva mais”, desabafa.

O vigilante Paulo Sérgio de Andrade, de 38 anos, nasceu e cresceu no bairro São José e também lembra de quando a população era escassa. Apesar de todos os problemas do local, como a falta de saneamento adequado, Paulo Sérgio é feliz em morar no bairro, onde criou os dois filhos. “Mas sinto que é um lugar esquecido pelas autoridades, que só vêm aqui na época de política. A minha rua, por exemplo, não tem um poste iluminado. Se não fosse pelos próprios moradores que colocam as lâmpadas nas portas de casa, era tudo um breu”, relata.

Ao afirmar que “dali não sai”, o aposentado José Galdino de Lima, 74 anos, que é morador do bairro do Pedregal, em Campina Grande há 37 anos, confirma a tese de que os moradores das comunidades carentes, mesmo diante dos problemas e preconceitos que enfrentam diariamente, têm orgulho do lugar em que residem “

Quem faz o lugar são as pessoas. Graças a Deus vivi minha vida inteira aqui e criei meus filhos e netos. Problemas tem em todo lugar, o que sofremos mais é com o preconceito do povo, que acha que quem mora em lugar pobre é tudo bandido. E não é, aqui ninguém nunca mexeu com a gente”, contou.
Em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social do município de João Pessoa, fomos informados de que a Prefeitura tem realizado ações para melhorar as condições de vida dos moradores das comunidades carentes, a exemplo de inserção dessas pessoas em programas sociais como o Bolsa Família que funcionam como uma porta de entrada para os serviços básicos ofertados pelo município, como saúde e educação. Além disso, são desenvolvidas ações integradas com outras secretarias visando o bem-estar da população. Em Campina Grande, a Secretaria de Assistência Social alegou que também tem utilizado os programas sociais para diminuir a situação de vulnerabilidade dos moradores das comunidades carentes, no intuito de ofertar o mínimo de qualidade de vida para essas pessoas.

A reportagem tentou contato com os representantes da Central Única das Favelas (Cufa) para que fosse dado posicionamento sobre os dilemas enfrentados pelos moradores das comunidades carentes na Paraíba e quais as principais reivindicações dessa população, mas as ligações não foram atendidas. (Colaborou Umberlândia Cabral)

Saiba mais

Desde 2006 o IBGE vem fazendo uma reflexão com o objetivo de ampliar seu conhecimento das características dos setores censitários classificados como aglomerados subnormais, áreas conhecidas ao longo do país por diversos nomes, como favela, comunidade, grotão, vila, mocambo, entre outros.

O que é um aglomerado subnormal?

É o conjunto constituído por 51 ou mais unidades habitacionais caracterizadas por ausência de título de propriedade; irregularidade das vias de circulação e do tamanho e forma dos lotes; carência de serviços públicos essenciais (como coleta de lixo, rede de esgoto, rede de água, energia elétrica e iluminação pública).

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Jornal da Paraíba

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