VIDA URBANA
1,5 mil não podem ter casa própria em CG
Com pendências junto à Caixa Econômica Federal, mutuários contemplados por programas habitacionais não podem receber casas.
Publicado em 13/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 12/07/2023 às 12:18
O sonho de conquistar a casa própria está mais longe para cerca de 1.500 campinenses. Após consulta de membros do Conselho Municipal de Habitação aos dados de cadastro na Secretaria de Planejamento de Campina Grande, constatou-se que esse grupo de usuários possui pendências com a Caixa Econômica Federal (CEF) que os reconhece como clientes já contemplados por programas habitacionais, apesar de nenhum deles residir em qualquer imóvel entregue pelo município.
Esse problema foi revelado pelo vereador Marinaldo Cardoso, membro do conselho, explicando que entre os anos de 2011 e 2012 a Prefeitura de Campina Grande iniciou um cadastro de pessoas que seriam beneficiadas com apartamentos populares.
Contudo, os imóveis nunca foram entregues, mas os nomes dos inscritos ficaram registrados no Cadastrado dos Mutuários (Cadmut), que corresponde a um banco de dados de pessoas que adquiriram imóveis por financiamento ou receberam por doação de programas habitacionais.
“Quando uma pessoa vai para o cadastro dos mutuários, não tem como ela ser beneficiada com o programa de habitação, porque para a Caixa Econômica ela já recebeu seu imóvel. Não é fácil tirar o nome dela do Cadmut. Aqui em Campina Grande existe esse grupo de mais ou menos 1.500 pessoas que não podem ser beneficiadas. Esse é um problema que a prefeitura e a Câmara de Vereadores está tentando solucionar, já que a própria superintendência da Caixa informou que para isso é preciso mover uma ação coletiva para provar que essas pessoas não foram beneficiadas ainda”, explicou Marinaldo Cardoso.
Para o secretário de Planejamento de Campina Grande, Márcio Caniello, esse é um assunto delicado e que precisa ainda de uma ampla averiguação acerca dos dados que estão sendo abordados. Segundo ele, de agosto a outubro do ano passado a pasta recebeu a inscrição de 13.900 usuários candidatos a receber uma habitação popular, mas que até o momento só foram enviados à Caixa Econômica 6.568 cadastros para serem analisados, e que por isso não tem condições de afirmar quantos usuários estão no Cadmut e não serão atendidos pelo programa.
“O Cadmut é fechado a sete chaves. Não é fácil o acesso a ele e nós só tivemos condições de enviar as documentações de metade dos inscritos porque em muitos casos faltam documentos, ou existe conflito com a renda que a pessoa declara e a real que a Caixa Econômica tem acesso, por elas serem beneficiárias do Bolsa Família, por exemplo. Sobre o problema das pessoas que caíram nele, nós estamos levantando porque em alguns casos tem gente que é beneficiado e que acaba vendendo o imóvel e depois se inscreve de novo. Mas o usuário que faz isso, ele não pode ser mais beneficiado”, confirmou o secretário.
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