VIDA URBANA
2011: um ano marcado por greves na Paraíba
Movimentos começaram no primeiro semestre do ano passado e categorias já se mobilizam para 2012.
Publicado em 08/01/2012 às 9:14
O ano de 2011 foi marcado por paralisações e greves envolvendo os servidores públicos do Estado. A população, por várias ocasiões, ficou refém das negociações envolvendo trabalhadores e governos estadual e federal.
Logo no primeiro semestre começaram os movimentos reivindicatórios dos servidores estaduais, em busca de melhores condições de trabalho e aumento salarial.
Uma das primeiras categorias a se mobilizar foi a dos professores, que deflagrou um movimento grevista no mês de maio. O momento mais tenso ocorreu quando um grupo de manifestantes invadiu o Palácio da Redenção, em João Pessoa, no dia 30 de maio. A greve terminou no início de junho, com poucas conquistas para os servidores.
Na saúde, o mês de maio também foi traumático para a população. Médicos do Hospital de Trauma de João Pessoa e do Hospital Regional de Patos, no Sertão, chegaram, inclusive, a entregar os cargos. Em meio às negociações da greve, que oficialmente durou mais de 20 dias, um paciente vindo de Itambé, Pernambuco, com fraturas múltiplas, acabou falecendo por falta de atendimento no Hospital de Trauma da capital.
No Instituto Federal da Paraíba (IFPB) durante a greve, que começou em agosto e durou quase dois meses, aproximadamente 1.400 servidores cruzaram os braços no Estado e cerca de 14 mil alunos ficaram sem aulas. Nem todas as questões foram resolvidas, por isso a iminência de uma nova paralisação persiste até hoje.
A greve do Fisco Estadual também foi traumática para o setor econômico do Estado. Mercadorias ficaram paradas nos postos de fiscalização, por falta de funcionários para conferí-las.
Produtos que chegavam de outros Estados para abastecer o comércio local ficaram presos por vários dias e atrasaram o cronograma de venda dos comerciantes. A greve, que foi iniciada no dia 5 de outubro, se arrastou por 57 dias e só acabou devido à intervenção da Justiça, que a considerou ilegal.
ESTADO
A secretária estadual de Administração, Livânia Farias, disse que fazer greve é um direito do trabalhador. “Mas com dois meses de governo já tinha categoria querendo repor perdas salariais acumuladas durante cinco, dez, vinte anos”, ressalva.
Ela argumenta que o governo se preocupou em equilibrar as economias do Estado para só depois poder analisar caso a caso e estudar quais reivindicações poderiam ser atendidas.
“Pode ter certeza que o governador sempre quis atender aos pedidos das categorias, porque entende que todas são importantes para o desenvolvimento do Estado, mas nem sempre temos condições financeiras”, justificou Livânia Farias.
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