icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

6,4 mil natimortos em favelas

Quantitativo representa 20,1% do total de nascimentos, de mulheres que residem em aglomerados subnormais, conforme IBGE.

Publicado em 15/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 27/04/2023 às 13:20

As favelas, comunidades e vilas de João Pessoa e Campina Grande contabilizaram 6.473 crianças nascidas mortas, conforme dados do Questionário da Amostra do Censo 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O quantitativo representa 20,1% do total de nascimentos, de mulheres que residem nesses aglomerados subnormais. O percentual ultrapassa em quase 8% os registros de nascidos mortos em toda a capital no ano de 2010, onde nasceram 25.332 crianças sem vida das 200.468 gestações documentadas.

Em Campina Grande, 16,1% das mulheres que engravidaram tiveram filhos mortos, ou seja, do total de 107.850 gestações registradas na cidade, 17.414 nasceram sem vida. Esse percentual sobe para 19,5% quando analisadas apenas as gestações de moradoras de aglomerados, onde 1.530 crianças nasceram mortas das 7.836 mulheres que engravidaram nesses locais há três anos.

De acordo com o presidente da Associação Paraibana de Pediatria, Gilvan Barbosa, as principais causas que levam os bebês a nascerem mortos é a deficiência no acompanhamento das gestantes durante o pré-natal.

“O pré-natal inexistente ou mesmo feito de maneira incompleta gera maiores riscos para a vida dos bebês. Isso ocorre tanto pela ausência da oferta de serviços de saúde, ou mesmo pela ausência de saneamento, sistema de saúde, disponibilidade de remédios e vacinas, acompanhamento médico, maternidade nessas comunidades, como por negligência das próprias mães, até mesmo com relação à alimentação”, afirmou.

A afirmação do médico é corroborada por uma pesquisa publicada no jornal The American Medical Association, que identificou que algumas características estão associadas com um aumento no risco para a criança nascida morta. Estes incluem uma criança nascida morta precedente, sendo uma matriz principiante, uma história do aborto em gravidezes mais adiantadas, diabetes gestacional, tipo de sangue do AB, toxicodependência, cujas mães mantêm o hábito de fumar três meses antes do parto, além do excesso de peso dessas mães.

REDE PÚBLICA OFERECE PRÉ-NATAL

Todas as gestantes que procuram a rede pública de saúde devem fazer o pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), segundo informações da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Por meio da assessoria de comunicação, a coordenadora da Saúde da Mulher da SES, Fátima Morais, explicou que os municípios é que são responsáveis pelo acompanhamento de gestantes, inclusive os atendimentos são realizados pelos municípios. Porém, o Estado acompanha a política de atenção e dialoga com os municípios sobre o acompanhamento.

No caso de João Pessoa, a diretora geral do Instituto Cândida Vargas, Ana de Lourdes Vieira, explicou que se durante o acompanhamento na UBS for identificado algum fator que leve à gravidez de risco, as pacientes são encaminhadas para os Centros de Assistência Integral à Saúde (Cais) e ambulatórios das maternidades da capital. “Existe, dentro da organização da Rede Cegonha, programas para reduzir a mortalidade materna e neo-natal. Por isso, os Cais estão incluídos”.

Sobre as gestantes que moram em aglomerados subnormais, a diretora informou que essas mães também recebem visitas domiciliares dos agentes de saúde. “Nesses locais, as gestantes também enfrentam problemas sociais.

O que leva à fragilidade é a falta de um acompanhamento dessas pacientes no pré-natal por parte delas também, que têm que cumprir as orientações. Muitas vezes, os parceiros não deixam que elas façam o pré-natal, por exemplo”, disse Ana de Lourdes.

Em Campina Grande, um dos locais que atendem as mulheres com gravidez de alto risco é o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida. Segundo a diretora da maternidade, Marta Albuquerque, as grávidas realizam o pré-natal nas UBSs. Já a diretora de Atenção à Saúde do município, Giovanna Cordeiro, defende que para diminuir a mortalidade dos bebês é necessário captar a gestante, cuja responsabilidade é do agente comunitário de saúde.

“No pré-natal de baixo risco tem que haver pelo menos 7 consultas, entre médicos e enfermeiros. Já o de alto risco é realizado nas unidades de saúde e também nas maternidades. Não existe alta de pré-natal e o acompanhamento da gestante tem que ser precoce. Por isso, o agente de saúde tem que captar a gestante e quanto mais precoce, melhor”, alertou. (Colaborou Katiana Ramos)

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp