VIDA URBANA
78 paraibanos são libertados do trabalho escravo
Os 78 paraibanos libertados são na maioria de Patos. Resgates foram em SP, BA e em cidades da Paraíba.
Publicado em 12/06/2015 às 6:00 | Atualizado em 08/02/2024 às 12:27
Jornadas exaustivas de trabalho, ameaças, assédio moral, restrição da liberdade e condições subumanas de alimentação. Essa era a realidade de 78 paraibanos libertados de trabalhos análogos à escravidão, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de 2014. A maioria desses trabalhadores, 32, eram de Patos, Sertão, e foram resgatados na cidade.
Os demais trabalhadores resgatados são, na maioria, do interior paraibano, a exemplo de 21 pessoas de Itaporanga que foram libertadas em São Paulo; 16 de Taperoá resgatadas na Bahia, e Conde, local de origem de outros seis trabalhadores libertados na Bahia. Também acontecerem resgates nas cidades paraibanas de São José do Bonfim (1), Itatuba (1) e João Pessoa (1). As operações foram realizadas pelas Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal.
O procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da Paraíba PRT, Cláudio Cordeiro Queiroga Gadelha, disse que não deveria haver a necessidade do combate ao trabalho escravo, pois, desde 1888 a escravidão foi abolida no país, mas que mesmo assim ainda existem trabalhadores que são submetidos à situação análoga, que só é diagnosticada, em sua maioria, no momento de retorno dos mesmos. Nos últimos cinco anos, aproximadamente mil paraibanos foram aliciados para trabalhar de forma escrava em regiões de divisas agrícolas, de minérios e construção civil e serviços, segundo a PRT na Paraíba.
“Geralmente, e lamentavelmente, ficamos sabendo da situação dos trabalhadores no momento do resgate. Isso acontece porque quando eles chegam lá, já estão muito endividados, com transporte, alimentação, e acabam trabalhando para pagar essa dívida. Outra parte triste é que o próprio empregado não acredita que é um cidadão com direitos a uma condição digna”, explicou Gadelha.
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