78 prédios do Centro Histórico ameaçam desabar em JP

Da Redação

João Pessoa foi pega de surpresa, nesta quarta-feira (8), quando um prédio tombado pelo patrimônio histórico desabou por cima de um carro no bairro do Varadouro. Neste episódio, felizmente, não houve vítimas. Mas há outros 78 prédios na cidade que ameaçam ruir se não houver uma intervenção rápida e eficiente. Caso contrário, o fim pode ser trágico da próxima vez.

Em 6 de dezembro de 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu o Centro Histórico da Capital como Patrimônio Nacional. Ao todo, foram reconhecidos cerca de 37 hectares de área, cerca de 700 edificações.

No entanto, quase dois anos após o reconhecimento nacional deste patrimônio, o prédio em que funciona a Funjope, localizado no Centro Histórico, foi interditado por problemas na infra-estrutura, causadas pelas fortes chuvas que assolaram o município nos últimos dias.

Dois dias depois, parte de um prédio que pertenceu ao antigo Hotel do Luso-Brasileiro desabou no Varadouro e por pouco não afetou instalações elétricas que abastecem a região. A energia chegou a ser cortada por alguns momentos, para que os agentes da Energisa transportassem tais instalações para um local mais seguro e livre de acidentes.

Em João Pessoa, diversos outros prédios estão na mesma situação. Por causa do abandono, o mato já avançou em diversas localidades, prejudicando mais ainda a infra-estrutura. Segundo dados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, cerca de 78 prédios estão em monitoramento, por causa do risco iminente de desmoronamento. Isso foi avaliado em um documento elaborado em 2006, pelos próprios técnicos do Iphaep.

Um dificultador do processo de recuperação destes prédios, segundo o Iphaep, é sobre a propriedade do imóvel. Segundo o diretor do órgão, Damião Cavalcanti, “do número de prédios tombados pelo Patrimônio Histórico, 93% pertence a particulares e somente 7% é do Estado e da União”.

A Defesa Civil também é responsável pelo monitoramento dos patrimônios do Município. Segundo Marcos Tadeu, engenheiro da Defesa Civil, "apesar dos prédios estarem sob a responsabilidade direta do Iphaep, nós também monitoramos e quando há grandes riscos, como foi o caso do prédio da Funjop e do antigo Hotel do Luso-Brasileiro, nós interditamos a área e realizamos intervenções", disse.