VIDA URBANA
Romaria da Penha reúne milhares de fiéis neste sábado
Confira todos os detalhes da Romaria de Nossa Senhora da Penha, que acontece neste sábado (25), em João Pessoa.
Publicado em 25/11/2017 às 7:00 | Atualizado em 25/11/2017 às 13:10

Milhares de fiéis participam da 254ª Romaria da Penha, neste sábado (25), em João Pessoa. Segundo a Arquidiocese da Paraíba, mais de 10 trios elétricos acompanham os romeiros no trajeto de quase 14 km. O tema deste ano, para as festas de Nossa Senhora das Neves é “No Sim de Maria, Deus restaurou a criação. Ó Mãe, ensina-nos a viver em comunhão e a preservar o meio ambiente”.
A romaria começa logo após a Benção de Envio, feita pelo Arcebispo Metropolitano da Paraíba, às 22h, na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, na Avenida João Machado, no Centro da Capital. Em seu trajeto, a caminhada passa por oito bairros de João Pessoa, Centro, Jaguaribe, Torre, Castelo Branco, Bancários, Mangabeira, Portal do Sol e Penha, antes de chegar ao seu destino final, no Santuário de Nossa Senhora da Penha, na orla.
Neste ano, a caminhada marca o aniversário de 254 anos da construção da Capela em homenagem a Nossa Senhora da Penha. Ao longo dos anos diversos fiéis, a esta época do ano, rendem graças à Santa. Todavia, a caminhada com o trajeto que conhecemos hoje, com um número maior de participantes e trajeto de quase 14 km, acontece, segundo relatos, há cerca de 120 anos.
Recomendações
Aos romeiros, a Arquidiocese da Paraíba recomenda que se mantenham hidratados durante todo o percurso. "A maioria dos fiéis atendidos pelas equipes médicas socorristas é por desidratação ou com sintomas de fraqueza devido à falta de alimentação no fim da Romaria. Os caminhantes levam, no mínimo, 4 horas para percorrer todo o trajeto - isso num ritmo mais intenso e sem parar. Por isso é necessário beber bastante água ou suco e se alimentar com frutas ou barras de cereal", recomenda.
Outras recomendações para os romeiros é que usem calçados confortáveis e uma roupa leve. Ainda, que evitem sair do percurso e não passar por locais escuros e sem a cobertura da Polícia, evitar usar objetos como celular, jóias e relógios. Aos romeiros que vão com crianças, a Arquidiocese indica que não devem se distanciar das crianças e que se possível deixar com elas um número de telefone para contato.
Por fim, a Arquidiocese recomenda que os fiéis não fiquem muito tempo ao lado dos trios elétricos e carros de som. Este ano, numa referência ao tema da Romaria, pede-se que os romeiros tomem cuidado para não destruir a vegetação presente durante o percurso e que não joguem lixo no chão.
Para que a caminhada aconteça, sem grandes imprevistos, mais de 1300 pessoas estão envolvidas na sua realização. Ligadas a Igreja, são cerca de 600 pessoas distribuídas por equipes, sendo elas a Equipe de Coordenação, Equipe de Apoio, Equipe de Liturgia, Equipe do Andor e Equipe de Coleta.
Mobilidade e segurança
Mais de 100 agentes de mobilidade da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP) começam a coordenar o trânsito a partir das 16h do sábado (25), com o bloqueio de vias na área central da cidade. O plano vai até o fim do evento na manhã do domingo (26), na Penha. Para a concentração dos participantes e organização da saída da procissão na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, haverá a interdição de um trecho da Avenida João Machado, entre as ruas Trincheiras e Rodrigues de Aquino,
Carlos Batinga, superintendente da Semob-JP, destacou o empenho da equipe do órgão para o êxito do plano de mobilidade. “A equipe de operações está bastante empenhada no aprimoramento do plano de mobilidade para que, a exemplo dos anos anteriores, dê tudo certo na Romaria da Penha. Estamos disponibilizando mais de 100 agentes de mobilidade para a operação viária deste grande evento religioso, que já ultrapassa dois séculos e meio”, disse.
Na área do Santuário da Penha, a partir das 7h do sábado, haverá o isolamento total do seu entorno. Apenas os veículos dos moradores que estiverem portando o adesivo “TRÂNSITO LIVRE” fornecido pela Semob-JP poderão circular no local, sendo este ano apenas um carro por casa. A medida é para evitar que veículos estacionem na área do santuário, reservada para a movimentação dos fieis (pedestres).
Opções de tráfego
Os pontos de isolamento na concentração serão estendidos de acordo com o aumento do número de romeiros, com o fluxo da Avenida João Machado, entre a Rua das Trincheiras e a Avenida Tabajara (Praça Castro Pinto) sendo interditado a partir das 18h.
Após o bloqueio do cruzamento entre as avenidas João Machado e Tabajaras, os veículos que vêm da Vasco da Gama em direção ao Centro, deverão seguir pelas ruas Capitão José Pessoa, Rodrigues de Aquino, Irineu Joffiliy, Rodrigues Chaves e Nina Lima, até a cidade baixa, ou em frente, indo à Praça Venâncio Neiva.
Os veículos que saem do Centro com destino a Cruz das Armas, após o fechamento do cruzamento na Diogo Velho com João Machado, deverão seguir pela Rua Desembargador José Peregrino, cruzar a Rodrigues de Aquino, indo até à Rua Nina Lima, retornando às Trincheiras.
Saída do cortejo
Com o início do deslocamento dos romeiros, os agentes de mobilidade serão remanejados para os outros pontos, à frente do cortejo, efetuando os bloqueios e os desvios necessários para a segurança dos caminhantes. A Romaria da Penha tem um percurso de 14 quilômetros, saindo da Igreja de Lourdes, na Avenida João Machado, seguindo pela Avenida Dom Pedro II, Via Expressa Padre Zé (UFPB), principal dos Bancários (João Rodrigues Alves, Sérgio Guerra e Walfredo Brandão e Avenida Hilton Souto Maior, a partir da entrada de Mangabeira até a Penha. A previsão de chegada da procissão é às 4h, na Praça Oswaldo Pessoa.
Monitoramento
A Semob-JP vai contar com o auxílio das câmeras instaladas em alguns trechos do trajeto para monitorar o percurso da romaria. As câmeras, monitoradas pelo Centro Operacional de Trânsito e Transporte (COTT) do órgão, estão instaladas nos seguintes pontos: João Machado com Américo Falcão, Maximiano Figueiredo com Pedro II, Rui Barbosa com Pedro II, Avenida Pedro II (Ibama), Via Expressa Padre Zé (UFPB), Empresário João Rodrigues Alves com José Alexandre, Bancário Sérgio Guerra, Trevo das Mangabeiras e PB 008, totalizando 9 câmeras.
Táxi
Para garantir o retorno dos fiéis que pretendem utilizar o serviço de táxi após o encerramento da romaria, haverá um ponto de embarque de passageiros na PB-008, ao lado do estacionamento dos ônibus.
Ônibus
As linhas do Tetéu estarão operando normalmente durante toda a madrugada do domingo. Equipes da Seção de Fiscalização de Transporte Público (SEFTP) vão controlar a saída/embarque/desembarque dos ônibus após o término do evento religioso.
Trajeto da 254ª Romaria de Nossa Senhora da Penha
A romaria tem início na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, no Centro de João Pessoa e tem fim no Santuário de Nossa Senhora da Penha, na orla da capital. Confira o trajeto quilômetro a quilômetro.
1km: os romeiros seguem pela Av. João Machado. Eles completam 1 quilômetro de percurso quando passam em frente ao Instituto Cândida Vargas.
2km: após a Av. João Machado, os romeiros seguem pela Av. Dom Pedro II e no início da Mata do Buraquinho completam 2 quilômetros de caminhada.
3km: na entrada do Jardim Botânico.
4km: após o viaduto do trevo universitário, na chegada à Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
5km: quando passam em frente ao Centro de Tecnologia da UFPB, os romeiros completam 5 quilômetros de percurso. Em seguida entram nos Bancários pela principal do bairro: a Avenida Walfredo Macedo Brandão.
6km: Praça da Paz, no bairro dos Bancários.
7km: quando os romeiros passam em frente ao antigo INSS, na principal avenida do bairro dos Bancários, vão estar no meio do percurso.
8km: no novo INSS.
9km: em frente ao CNEC, já na Estrada da Penha.
10km: na entrada do Quadramares os romeiros completam 10 quilômetros de caminhada.
11km: na subida para a Penha.
12km: na entrada da Penha.
13km: na rua que leva ao Santuário. A Romaria termina no Santuário de Nossa Senhora da Penha, na Praia da Penha, na Orla da Capital. Uma Missa Campal vai ser celebrada pelo Arcebispo Metropolitano da Paraíba, Dom Delson, no campo de futebol que fica ao lado do Santuário. A Missa começa assim que o carro-andor chegar ao Santuário, o que deve acontecer por volta das 3h30 da madrugada do domingo, dia 26 de novembro.
História de Nossa Senhora da Penha
A Arquidiocese da Paraíba conta que de acordo com historiadores, existia, no norte da Espanha, uma serra muito alta e íngreme chamada Penha de França, na qual o Rei Carlos Magno teria vencido a batalha contra os mouros. Por volta de 1434, um monge francês, chamado Simão Vela, sonhou com uma imagem de Nossa Senhora que lhe aparecia no topo dessa montanha cercada de luz e acenando para que ele fosse procurá-la. Durante cinco anos, o monge peregrinou, procurando a mencionada serra, até que um dia teve uma indicação de sua localização e para lá se dirigiu. Após três dias de intensa caminhada, escalando penhas (pedras) íngremes, o monge parou para descansar.
Nesse momento, ele viu, sentada perto dele, uma formosa senhora com o filho ao colo que lhe indicou o lugar onde encontraria o que procurava. Auxiliado por alguns pastores da região, conseguiu achar a imagem que tinha visto em sonho. No local, Simão Vela construiu uma ermida, que logo se tornou célebre pelo grande número de milagres alcançados por intermédio da Senhora da Penha. Mais tarde, foi construído ali um dos mais ricos e grandiosos santuários da Cristandade.
Romaria da Penha em João Pessoa
Segundo a Arquidiocese da Paraíba, o português Sílvio Siqueira, em 1763, comandava uma embarcação que saíra do norte em direção à Europa. No litoral paraibano ele enfrentou uma grande tormenta. Em um momento de aflição, ele reuniu a tripulação e pediu proteção à Nossa Senhora da Penha, prometendo erguer uma ermida em sua honra no local em que aportasse em segurança.
Minutos depois, todos conseguiram desembarcar com tranquilidade na então Praia de Aratú - hoje Praia da Penha. Como prometido, a construção foi feita. E essa foi a terceira capela construída no Brasil para Nossa Senhora da Penha. A primeira foi erguida em Vila Velha, na então Capitania do Espírito Santo, entre os anos de 1558 e 1570. A segunda foi construída em 1635, pelo capitão Baltazar Abrel Cardoso, na Freguesia de Irajá, no Rio de Janeiro.
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