VIDA URBANA
A cada 18 horas uma motocicleta é roubada no município de Campina Grande
Levantamento foi feito pela Polícia Militar e mostra 85 ocorrências este ano na cidade. Número de roubos pode ainda ser maior que os divulgados
Publicado em 07/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 17:07
Para quem precisa de praticidade nas atividades do dia a dia, comprar uma motocicleta se torna uma boa alternativa, tendo em vista as dificuldades no trânsito, que cresce a cada ano. Se por um lado a mobilidade das motos atrai os motociclistas, por outro o medo de roubos tem se tornado uma grande preocupação para os campinenses.
De acordo com dados levantados no Centro Integrado de Operações da Polícia Militar (Ciop), entre o primeiro dia deste ano e a manhã de ontem já foram roubadas ou furtadas 85 motos, em Campina Grande, resultando em uma média de uma ocorrência a cada 18 horas.
Somente nesta primeira semana do mês de março já foram registrados dez roubos ou furtos de motos nos bairros São José, Ramadinha, Presidente Médici, Três Irmãs, Rocha Cavalcante, Dinamérica, comunidade de Lagoa de Dentro, Malvinas e Bodocongó. Além disso, também ocorreram mais 32 casos no mês de fevereiro e 43 em janeiro.
Os dados podem ser ainda maiores. Isso porque esse levantamento foi feito apenas na Polícia Militar e existem casos que algumas vítimas têm motos roubadas e não ligaram para a linha de ocorrências 190 e foram direto para as delegacias.
Como existem várias delegacias distritais, a Polícia Civil não tem um dado exato de quantas motos foram roubadas este ano na cidade.
Quem já sentiu esse susto foi a pedagoga Tacila Luna, 27 anos, moradora do bairro do Santo Antônio. Ela teve a moto Biz roubada uma semana após ter comprado e relatou os momentos de pânico. “Eu estava passando no bairro onde moro, quando três homens pararam em um carro do meu lado e um deles desceu apontando a arma pra mim mandando eu descer da moto. Assim que eu desci, um deles montou na moto e saiu em alta velocidade”, contou ela.
Após o assalto a vítima voltou a trafegar de ônibus coletivo. “Eu não tenho mais coragem de andar de moto. Foi um trauma muito grande que ficou na minha vida. Hoje, quando preciso ir para algum lugar pego carona com parentes ou vou de ônibus mesmo. A moto tinha seguro, mas o meu medo é muito grande”, comentou a pedagoga.
Segundo o capitão Ralisson Andrade, da 3ª Companhia de Policiamento de Trânsito (3ªCPTran), o órgão tem feito operações diárias para fiscalização de veículos irregulares e também para recuperação de veículos roubados ou furtados.
Ele disse que neste ano foram recuperados 20 e no ano passado192. “Apesar do efetivo limitado, nós estamos realizando no mínimo duas blitzes por dia, em locais estratégicos e quando possível chegamos a fazer mais. Também temos feito parcerias com o 2º Batalhão de Polícia Militar (2º BPM) para operações maiores”, frisou.
O delegado seccional da Polícia Civil de Campina Grande, Iarley Almeida, também destacou que o não emplacamento de motonetas de 50 cilindradas tem causado uma grande dor de cabeça para a segurança pública do Estado. “Atualmente um dos mecanismos de combate aos roubos de motos repousa na necessidade do emplacamento das motos tipo cinquentinha.
Com essa regulamentação teremos condições de monitorar os condutores e facilitar as abordagens de motos sem placas também”, disse. (Especial para o JP)
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