VIDA URBANA
Acidentes com motos custam R$ 4 milhões
Levantamento do Ministério da Saúde mostra que custos de internações por acidentes com motociclistas pagas pelo SUS cresceu 65,1%.
Publicado em 21/06/2012 às 6:00
O custo de internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na Paraíba, cresceu 65,1% nos últimos quatro anos. Conforme levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS), no ano passado foram gastos R$ 4 milhões com atendimentos de vítimas de problemas com motos, enquanto em 2008 o valor foi de R$ 2,4 milhões (uma diferença de mais de um milhão e meio).
Ainda segundo o MS, o crescimento dos gastos é acompanhado pelo aumento dos acidentados hospitalizados, que passou de 1.888 para 3.115 no mesmo período – ou seja, 64,9% a mais.
Para o inspetor e assessor de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Walter Mota, uma das causas do aumento no número de acidentes de trânsito nos últimos anos é o crescimento de novos condutores e a má preparação deles.
“A questão da imprudência, que é tão batida, é a pura realidade.
Os condutores dirigem de forma incompatível com as vias que temos no Estado. O grande problema, no caso dos motociclistas, é que existe uma cultura que o veículo pequeno pode transitar em qualquer lugar: no meio dos veículos, por cima da calçada”, apontou Walter, ao acrescentar que o número de multas por motociclistas que dirigem sem habilitação também é grande.
O policial militar Luzinaldo Barros, 44 anos, dirige moto há 28 anos e recentemente sofreu o primeiro acidente sobre o veículo, na avenida Beira Rio, em João Pessoa.
“Uma pessoa tentou atravessar na minha frente e acabei atropelando-a, caí da moto e veio outro carro atrás e me atropelou. Fui internado, mas tive apenas escoriações”, relatou Luzinaldo, opinando que a entrada em massa das motos de pequenas cilindradas tem contribuído para o aumento dos acidentes.
“As pessoas não sabem se comportar adequadamente no trânsito. Tem muita gente fazendo a substituição de bicicleta por moto, mas sem ter preparação para conduzir o veículo”, completou.
Segundo o diretor de Operações da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), Cristiano Nóbrega, campanhas educativas são feitas periodicamente para conscientizar os condutores de moto sobre a necessidade da direção preventiva.
Ele disse, ainda, que ações são realizadas junto às concessionárias que vendem os veículos. “Mas os condutores e os próprios pais que compram esses veículos para os filhos têm que se conscientizar sobre a necessidade de preparação e de habilitação para a condução deles”, enfatizou Cristiano.
Em 2010, conforme os dados do MS, 220 motociclistas morreram em virtude de acidentes de trânsito. Já no ano de 2008, os óbitos somaram 241.
O Ministério da Saúde monitora mortes e internações por acidentes de trânsito a partir do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), respectivamente.
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