VIDA URBANA
Acidentes matam 7,1 mil pessoas em 10 anos na PB
Mapa da violência mostra crescimento de 111,6% no número de óbitos em acidentes de trânsito no estado em dez anos.
Publicado em 16/05/2012 às 6:30 | Atualizado em 07/02/2023 às 18:34
Imagine se as populações dos municípios paraibanos de São José do Sabugi, Coxixola e Parari, que somam 7.037 habitantes, segundo os dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desaparecessem do mapa em dez anos. Um número pouco superior a esse (7.114) foi a quantidade de pessoas mortas na Paraíba de 2000 a 2010 em virtude de acidentes de trânsito. O dado faz parte do Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari.
Segundo o levantamento, em 2010, foram 838 mortes deste tipo no Estado. Os acidentes que envolveram motocicletas foram responsáveis por 51,67% dos óbitos, ou seja, foram 433 mortes deste tipo, seguidos pelos acidentes de automóvel que resultaram em 142 mortes. Já os pedestres totalizam 199 mortes, outros óbitos envolveram casos de ciclistas, transportes de carga, ônibus e outros tipos de mortes no trânsito.
O crescimento observado no estudo mostra que desde o ano 2000 até o ano de 2010 houve um crescimento de 111,6% no número de óbitos em acidentes de trânsito na Paraíba. Com taxa de 22,2 mortes de trânsito para cada 100 mil habitantes, no ano de 2010, a Paraíba ocupa a 15ª colocação nacional em número de óbitos, enquanto no ano 2000 a taxa verificada no Estado era de 11,5 mortes no trânsito, com o Estado na 24ª posição nacional.
Na taxa de crescimento da violência no trânsito, a Paraíba perde apenas para os Estados do Maranhão (190%) e Piauí (131,6%).
No ranking das capitais, João Pessoa desponta na 10ª colocação em número de mortes provocadas por acidentes de trânsito, com taxa de 31,2 mortes. No ano 2000, a capital paraibana aparecia no 17º lugar, com taxa de 26,1.
Grande parte dos acidentes que ocorreram na Região Metropolitana de João Pessoa foi registrada em rodovias federais. Ao longo da BR-230 é possível avistar sinalizações que alertam para o alto índice de acidentes em determinados trechos.
As comunidades localizadas às margens da rodovia favorecem casos de atropelamento. Já a falta de atenção dos condutores e excesso de velocidade são responsáveis por engavetamentos e outros tipos de colisão, ocorrências frequentes no qulômetro (km) 26, da BR-230.
Para atravessar a rodovia, o serralheiro José Ribeiro de Andrade chega a esperar até 10 minutos. Ele mora na comunidade Boa Esperança, onde são comuns os casos de vítimas de atropelamento. “Acontece muita morte aqui e os acidentes são constantes. Eu conheço várias pessoas que perderam familiares que tentavam atravessar a BR. A situação é gravíssima”, afirmou José Ribeiro.
O morador ainda revelou que os acidentes acontecem principalmente entre as 11h e 12h, quando muitos alunos retornam para suas residências. “Quase todo dia tem acidente e quando algum motorista para na faixa para o pedestre atravessar, vem um outro carro e bate atrás, provocando engavetamento”, concluiu José Ribeiro.
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