Açude Boqueirão deve atingir volume morto ainda este ano

Enfrentando uma das maiores crises de sua história desde o ano passado, o açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), atualmente com apenas 17,8% de sua capacidade, caminha para atingir o volume morto até dezembro desse ano, já que o período chuvoso da região se encerrou no mês de abril e só deve recomeçar no final do ano.
Como, no campo da meteorologia, é mínima a esperança de que haja uma recarga significativa no reservatório até lá, a única opção para evitar uma crise ainda maior é a economia de água.

Na avaliação do ex-gerente da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), Isnaldo Cândido, considerando que a transposição do rio São Francisco não deve ser concluída antes de 2016, não há outra opção viável para resolver o problema.

“Dentro do contexto de que o plano A é o que Boqueirão tem hoje, nos só temos o plano B, que é o projeto de integração do São Francisco. Logicamente, essa água não vai chegar antes de atingirmos o volume morto, então eu diria que o plano C seria contar com Jesus Cristo”, salientou o engenheiro.

A última crise enfrentada por Boqueirão foi no ano de 1999 quando, segundo Isnaldo, o açude chegou a 14% de sua capacidade. Esse ano, a projeção é que o reservatório atinja um nível ainda menor, chegando ao menor volume de sua história.

“Apesar de tudo, a água que temos dá para chegar ao final do ano, com a esperança de um bom período chuvoso. O problema é que a população das 19 cidades atendidas pelo açude ainda não tem consciência da gravidade da situação. É preciso fazer o uso racional da água. O poder público é moroso e tem suas falhas, mas o povo também tem sua parcela de responsabilidade”, ressaltou o ex-gerente.
Quando o assunto é o consumo consciente, o especialista e a Cagepa têm opiniões em comum sobre como a população pode economizar.

As principais recomendações para economizar água potável fornecida pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) são reutilizar o máximo de água possível, evitar banhos demorados, não lavar a calçada ou o carro com mangueira e ficar atento a possíveis vazamentos, dentre outras medidas, que se adotadas no cotidiano pela maioria dos consumidores evitarão o desperdício da pouca reserva de água que o açude dispõe.