VIDA URBANA
Acusada de matar quatro por envenenamento tinha laços de amizade com vítimas
Vânia Maria teve contatos com as pessoas, mas nega autoria dos crimes.
Publicado em 11/04/2017 às 17:54
A agricultora Vânia Maria da Silva, 44, tinha laços de amizade com a mulher e três crianças mortas por envenenamento, teve contato com elas e estava nas “cenas dos crimes”, no Sítio Cariatá, no município de Itabaiana, no Agreste da Paraíba. A revelação foi feita pelo delegado Felipe Luna Castelar, durante entrevista nesta terça-feira (11), à tarde, na Central de Polícia, em Campina Grande. Ela foi presa por determinação da juíza Anderley Ferreira Marques, da 1ª Vara de Itabaiana, e foi transferida para o Presídio Feminino, em João Pessoa.
“Pessoas ouvidas pela Polícia Civil relataram que a senhora Vânia Maria da Silva esteve nos locais onde as pessoas ingeriram os alimentos envenenados. Em alguns casos, ofereceu o alimento”, explicou o delegado, que estava acompanhado de Raquel Azevedo, chefe do Núcleo de Laboratório Forense.
De acordo com Felipe Castelar, com as vítimas foi utilizado o mesmo modus operandi e todas tiveram contato com a suspeita antes de morrerem, apresentando sintomas como: cegueira, náuseas, vômitos e dificuldade de respiração e equilíbrio, entre outros. Os laudos do Instituto de Polícia Científica (IPC) confirmaram a presença de veneno para ratos, conhecido como chumbinho, nos corpos das vítimas.
Madrinha
Segundo o delegado, Vânia Maria era madrinha de Letícia Firmino de Sousa, 12 anos. Felipe Castelar disse que Letícia passou mal no dia 6 de março de 2017, após comer um biscoito dado pela agricultora. Ela morreu no dia 10, no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. “Vânia deu o biscoito envenenado a irmã de Letícia que achou o sabor ruim e entregou o alimento a Letícia, que depois veio a falecer”, detalhou o policial.
Aniversário
Samuel Alexandre da Silva, 6 anos, faleceu no dia 25 de fevereiro de deste ano no Hospital Público de Itabaiana. De acordo com a Polícia Civil, Vânia Maria doou alimento envenenado a Samuel, no dia do aniversário dele. Outra vítima foi Ana Gabriele Evangelista da Silva, 9 anos, que morreu no dia 19 de fevereiro também no hospital de Itabaiana. A agricultora era amiga das famílias das crianças mortas.
Morava em casa
Após investigar os três casos das crianças, a Polícia Civil passou a apurar a morte de Ana Maria Dias, 20 anos, falecida em 10 de dezembro de 2016, em Itabaiana. A vítima morava na residência da agricultora Vânia Maria.
Negativa de autoria
Vânia Maria não quis prestar depoimento no inquérito policial. Na Central de Polícia, durante a entrevista coletiva, ela passou todo o tempo de costa e com as mãos no rosto sem apresentar nenhuma reação. O seu advogado Rômulo Bezerra nega a autoria do crime.
“Dona Vânia nega veementemente que tenha cometido tal crime, inclusive é preciso que a sociedade e imprensa não antecipem o julgamento das coisas. Você só é condenado após uma condenação transitada em julgado. Dona Vânia terá direito a ampla defesa e ao contraditório, onde será arguida a sua tese de negativa de autoria. Há evidências, mas não há provas concretas para incriminá-la”, afirmou o advogado.
Rômulo disse que Vânia Maria não tinha problemas psicológicos, mas o delegado Felipe Castelar disse que pediu um exame de sanidade mental dela.
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