Acusado de duplo homicídio após estupros vai a júri em Queimadas

Apontado como mentor de toda a trama que culminou no estupro de cinco mulheres, duas delas assassinadas, Eduardo Pereira dos Santos, vai a julgamento no Tribunal do Júri de Queimadas, no Agreste paraibano. A decisão foi proferida na tarde da última quinta-feira pela juíza Flávia Baptista Rocha pronunciando o acusado a júri. Os outros seis homens acusados de participação no 'estupro coletivo', ocorrido em 12 de fevereiro deste ano no município, ainda aguardam sentença.

De acordo com a juíza Flávia Baptista ainda não há data prevista para esta decisão. “Já recebemos as alegações finais e estou trabalhando diariamente nisso, mas são muitos documentos e depoimentos a serem analisados, não tenho previsão de conclusão da sentença”, avaliou a magistrada Flávia Baptista Rocha.

Segundo o promotor Márcio Teixeira, a decisão de pronúncia acata o pedido do Ministério Público. “Em nossa denúncia, pedimos a decisão de que ele fosse julgado pelo Tribunal do Júri por duplo homicídio. Como ela pronunciou o acusado conforme nosso pedido, iremos tomar ciência e aguardar se a defesa irá recorrer”, afirmou.

Ainda pode haver o desaforamento do julgamento de Eduardo Pereira dos Santos. “Isso pode ocorrer se surgir algum fato novo. Esperamos que o julgamento seja em Queimadas, mas pode ser desaforado para o Tribunal do Júri de Campina Grande, por exemplo”, disse o promotor Márcio Teixeira.

O processo envolvendo os sete acusados de participação na 'barbárie de Queimadas' tramita desde o dia 27 de fevereiro. Todos estão ainda detidos no presídio PB1, em João Pessoa. Os três adolescentes infratores envolvidos no caso já foram sentenciados à pena máxima de três anos, pela juíza da infância, Andréa Ximenes. Eles estão internados no Lar do Garoto, em Lagoa Seca, no Brejo paraibano.

Relembre o caso

No dia 12 de fevereiro deste ano cinco mulheres foram violentadas sexualmente, durante uma festa de aniversário na cidade de Queimadas, no Agreste do Estado. O plano do crime coletivo teria sido articulado pelos irmãos Eduardo e Luciano dos Santos Pereira. Juntamente com outros oito acusados, dentre eles três adolescentes, eles teriam tramado a simulação de um assalto para estuprarem as vítimas. A professora Isabela Pajussara e a recepcionista Michelle Domingos acabaram sendo assassinadas, durante a execução do plano.