Acusado por acidente na Epitácio Pessoa nega que estivesse bêbado

Da Redação

Rodrigo Artur da Fonseca Dourado de Azevedo, de 34 anos, acusado pelo acidente que matou duas pessoas na Epitácio Pessoa, no último sábado (16), prestou depoimento à delegacia de Homicídios Dulcinéia Costa na manhã desta sexta-feira (22). Ele afirmou que não fez ingestão de bebida alcoólica na noite do acidente e que não se lembra do ocorrido por conta da pancada que sofreu na cabeça no momento da colisão.

Essa foi a primeira vez que o acusado foi ouvido na Delegacia de Homicídios. Ele só havia prestado depoimento à 10ª delegacia distrital, em Tambaú, que atendeu a ocorrência. Rodrigo Artur disse que não tem qualquer lembrança desde o momento do acidente até as 9h, quando estava internado no Hospital de Trauma da Capital.

O acusado se recusou a fazer os exames que comprovariam se ele estava alcoolizado quando provocou o acidente. Logo depois do ocorrido, ele se negou a fazer o teste do bafômetro, que mede a quantidade de álcool no sangue, e também se recusou a fazer o exame quando foi encaminhado à delegacia.

A delegada de Homicídios Dulcinéia Costa, que ouviu o acusado, afirmou que tanto os depoimentos das testemunhas que presenciaram o acidente – e afirmaram que Rodrigo Artur estava visivelmente embriagado – quanto as imagens das TVs podem ser usadas como provas contra ele.

Dulcinéia Costa ainda afirmou que o acusado será conduzido ao Presídio do Roger, mas ainda não há previsão de quando isso vai acontecer. Por enquanto, ele permanece detido na careceragem da Central de Polícia, onde está desde o último sábado.

Rodrigo Artur responde pelos crimes de embriaguez ao volante, duplo homicídio culposo e lesão corporal grave. O delegado Fábio Pontes, que estava de plantão no dia do acidente, explicou que Rodrigo Artur vai responder por homicídio culposo (sem intenção de matar) e não por doloso (com intenção) porque, como o acusado se recusou a fazer o teste do bafômetro, não ficou comprovada a ingestão de bebida alcoólica.

“Se houvesse a comprovação de que ele estava embriagado, poderíamos aferir que ele assumiu os riscos de dirigir bêbado e, portanto, ele responderia imediatamente por crime doloso, com intenção de matar”, explicou o delegado.

Segundo a advogada da família de Raíza Guedes, de 17 anos, que morreu no acidente, Rodrigo Artur pode pegar pena de mais de quatro anos e, por isso, somente o juiz pode estimar o valor da fiança. Ainda de acordo com a advogada, o objetivo da defesa é tentar fazer com que a delegada Dulcinéia Costa mude a autuação de homicídio culposo para doloso.

Homenagem

Ainda nesta sexta-feira (22), serão realizadas as missas de 7º dia em homenagem a Raíza Guedes, de 17 anos, e Ronaldo Soares da Silva, de 19, que morreram no acidente. Às 17h, na igreja Nossa Senhora do Rosário, em Jaguaribe, será celebrada a missa de sétimo dia de Raíza. A missa de Ronaldo Soares será às 19h30 na igreja Cristo Rei, em Mangabeira.

Acidente na Epitácio Pessoa

Rodrigo Artur está sendo acusado de ser o responsável pelo acidente do último sábado (16), no cruzamento das avenidas Epitácio Pessoa e Amazonas, no Bairro dos Estados, que culminou com a morte de dois jovens. Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de embriaguez ao volante, homicídio culposo e lesão corporal. O processo já está em andamento na 1ª Vara Criminal de João Pessoa.

No acidente, que aconteceu por volta das 2h, o carro que Rodrigo Artur dirigia, uma Nissan Frontier, se chocou de frente com um Palio, no qual estavam quatro jovens. Com o impacto, Ronaldo Soares da Silva, de 19 anos, morreu instantaneamente. Horas depois, já no hospital, Raíza Guedes, de 17, também morreu. Ainda estavam no veículo, Vamberto Gomes Silva Júnior, de 19 anos, e Vanessa Delino de Oliveira, de 17, que ficaram internados por algumas horas nos Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, mas já receberam altas.

Segundo informações de testemunhas à polícia, Rodrigo Artur estava em alta velocidade quando avançou o sinal vermelho, provocando o acidente. O acusado também teria apresentado sintomas de embriaguez, mas ele se recusou a fazer o teste de bafômetro. Rodrigo foi encaminhado ao hospital, junto com as outras vítimas, e ficou internado sob custódia durante algumas horas. De lá, ele foi escoltado pela polícia até a 10ª delegacia distrital, em Tambaú, onde prestou depoimento.