VIDA URBANA
Adolescente de 15 anos morre após parto e família provoca tumulto na maternidade
"Costuraram ela com resto de parto dentro e deu infecção", denunciou a irmã da vítima.
Publicado em 03/03/2017 às 8:01
Uma adolescente de 15 anos morreu após não resistir a um parto realizado na maternidade do Instituto Cândida Vargas (ICV), no bairro de Jaguaribe em João Pessoa. Familiares da adolescente se revoltaram e provocaram um tumulto na unidade hospitalar na noite da quinta-feira (2).
Segundo a família da adolescente, houve negligência da equipe médica que atendeu a jovem. A mãe da adolescente quebrou uma porta de vidro da maternidade e acabou ficando com a mão ferida. A Polícia Militar foi acionada no local para conter o tumulto.
Ainda conforme a família, a jovem passou quase 24 horas em trabalho de parto se queixando de dores, mas foi orientada pela equipe médica a esperar. A irmã da vítima, que preferiu não se identificar, explicou que os profissionais estouraram a “bolsa” da adolescente com a mão e esperaram que ela apresentasse dilatação. “Depois do parto [natural], costuraram ela com resto de parto dentro [do útero] e deu infecção”, denunciou.
A adolescente deu entrada na maternidade do ICV na madrugada da segunda-feira (27) e só conseguiu concluir o parto por volta das 23h do mesmo dia. Sentindo muitas dores, a adolescente foi entubada e encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na quinta-feira (2), mas não resistiu e morreu.
A criança nasceu sem problemas de saúde, ainda de acordo com a família da jovem que morreu. Segundo a diretoria do Instituto Cândida Vargas, a jovem faleceu por volta das 21h da quinta-feira (2).
O que diz a Cândida Vargas
Segundo a diretora do ICV, Terezinha Lisieux, a paciente apresentou complicação no quadro clínico e acabou morrendo. Ela ressaltou que, por hora, qualquer tipo de negligência médica está descartada. O corpo da jovem foi encaminhado para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) por volta das 3h45 desta sexta-feira (3), para realização de laudo comprovando a causa da morte.
"A família entrou em desespero, precisamos pedir reforço da Guarda Municipal, que veio junto com a PM. A jovem era da região, o que trouxe muita gente para frente da maternidade. Cada um expressa sua dor como quer", afirmou a diretora.
Neste primeiro momento, foi rechaçada a abertura de sindicância interna para investigar algum tipo de negligência médica, assim como o afastamento de profissionais que atuaram no parto da jovem de 15 anos. Ainda nesta sexta-feira o diretor clínico e o coordenador obstétrico do ICV vão se reunir para discutir o caso.
Comentários