Água de poço em Barra de São Miguel não deve ser consumida, diz IPC

Após a morte de quatro agricultores dentro de um poço na cidade de Barra de São Miguel, no Cariri Paraibano, registradas na quinta-feira (12), o alerta agora é que a população não consuma água de poços localizando na região onde a tragédia aconteceu. O Instituto de Polícia Cientifica (IPC) informou que uma reação química pode ter causado o baixo índice de oxigênio no poço, causando as mortes por asfixia. O IPC esclareceu que não é comum a falta de oxigênio em um poço de apenas 6 metros de profundidade.

De acordo com informações do perito criminal do setor forense do IPC, Robson Félix, foram utilizados equipamentos, durante a perícia, para medir gases e constatada a presença de apenas 3,4% de oxigênio no local. A porcentagem mínima, como explica Robson, é de até 19,5% para não causar asfixia. “Coletamos a água do poço onde pode estar havendo uma reação química, consumindo o oxigênio do local e uma hipótese é a presença de substâncias químicas na água, inclusive agrotóxicos. O lençol freático da região pode estar contaminado”, explicou.

Na tarde de sexta-feira (13), o laudo técnico do Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol), em Campina Grande, apontou que os agricultores morreram por asfixia. “No laudo apontamos a causa da morte como “Asfixia – a definir” pois precisamos saber como essa asfixia ocorreu, se foi por falta de oxigênio tendo em vista que o local era apertado, ou se havia a concentração de gases dentro do poço. Fizemos uma coleta de material nos corpos e também enviamos equipes para uma nova perícia nesta sexta-feira” explicou o diretor técnico, Márcio Leandro .

O IPC explicou que os exames são minuciosos e a previsão é que os resultados saiam daqui a 15 ou 30 dias.

Relembre o caso

Dos quatro homens que morreram dois eram irmãos e também estavam limpando poços. Os irmãos caíram dentro do reservatório e outras duas pessoas tentaram retirá-los, mas também acabaram caindo e morrendo. Os agricultores que morreram foram identificados como Lucas Rolim de Sousa, Rodrigo Rolim de Sousa, Evandro Alves Truta e José Itamar de Araújo.