VIDA URBANA
Alas vermelhas de hospitais estão superlotadas
O objetivo do TCU é dar um diagnóstico da situação hospitalar da Paraíba.
Publicado em 18/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:18
Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a situação dos hospitais regionais da Paraíba identificou que as unidades hospitalares de Campina Grande e Patos, Hospital de Urgência e Emergência Dom Luiz Gonzaga Fernandes e Hospital Regional Deputado Janduy Carneiro, respectivamente, enfrentam problemas de superlotação em alguns setores, a exemplo das alas vermelhas, onde a situação é mais crítica.
Segundo o próprio relatório, o objetivo do TCU é dar um diagnóstico da situação hospitalar da Paraíba e enviar o documento às Secretarias de Saúde, Ministério da Saúde e Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) para as medidas cabíveis.
No Regional de Patos, o relatório apontou que a unidade tem estrutura antiga, porém com boas condições. Somente banheiros e alguns leitos de enfermarias estão com estrutura danificada, na qual se verificou infiltração, falta de azulejos e portas danificadas.
De acordo com o relatório, o problema mais grave está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na ala vermelha. Ambos espaços estão cheios. Além disso, a unidade precisa de uma limpeza mais eficiente. No local foram encontrados papéis, luvas e sacos plásticos no chão. Pontos positivos também foram percebidos: não foram encontrados pacientes nos corredores e nem leitos extras nas enfermarias e a ala amarela possui mais leitos do que pacientes internados.
Sobre os problemas identificados no Hospital Regional de Patos, a diretora geral da unidade, Sílvia Ximenes, afirmou que as informações do TCU são pertinentes, mas explicou que medidas já estão sendo tomadas pela direção do hospital e pelo governo do Estado para sanar as falhas. Ela disse que no tocante à limpeza, já tem se buscado um reforço na manutenção do espaço. Sobre a superlotação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Sílvia ressaltou que o governo estadual já está com um projeto para reforma e ampliação do local, que vai ganhar mais seis novos leitos. Este projeto está em fase dos encaminhamentos burocráticos para ser executado.
Já com relação à situação da área vermelha, a diretora salientou que o Hospital de Patos convive com uma realidade típica de unidades hospitalares que concentram o atendimento de urgência e emergência de uma região. “O hospital atende toda a 6ª Região de Saúde, que engloba 24 municípios, e acaba atendendo além de sua capacidade, porque por se encontrar em uma localização próxima a outros dois estados, acaba recebendo pacientes de cidades que não fazem parte da sua abrangência oficial. É comum atendermos pacientes vindos do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Não negamos atendimento a nenhum paciente que chega no hospital e como a nossa região tem um registro alto de acidentes, a área vermelha é uma ala que constantemente enfrenta problemas por atender uma demanda maior do que sua capacidade”, destacou.
Já no Hospital de Trauma de Campina Grande, a situação crítica foi verificada nas alas amarela e vermelha. Na primeira, foi detectado superlotação, com o espaço ocupado por um número de pacientes duas vezes maior do que sua capacidade máxima.
Porém, nos demais aspectos, o Trauma apresenta condições satisfatórias, com boa estrutura física, amplo espaço e área verde espaçosa; estrutura moderna e equipamentos funcionando plenamente; pacientes bem acomodados; área climatizada e sem existência de leitos improvisados nas enfermarias e UTIs.
INSPEÇÕES EM TODO PAÍS
De acordo com o secretário executivo do TCU na Paraíba, Rainério Rodrigues, as inspeções em hospitais da Paraíba fazem parte de uma ação maior que está ocorrendo no país todo. “É um trabalho nacional que busca fazer diagnóstico da qualidade do serviço oferecido pelos hospitais. Na Paraíba, esses quatro estabelecimentos foram escolhidos em caráter de amostragem”, disse.
“Os dados serão juntados a um processo maior e encaminhados à União, fazendo recomendações sobre medidas que podem melhorar o SUS”, acrescentou.
Procurada pela reportagem, a diretora geral do Complexo Hospitalar Tarcísio Burity, Adriana Lobão, explicou que ainda não teve acesso ao relatório e, por isso, não pode comentar o resultado da inspeção.
O JORNAL DA PARAÍBA também procurou a Secretaria de Estado da Saúde, para comentar o assunto, mas não obteve êxito. Através da assessoria de imprensa, o órgão informou que o titular da pasta, Waldson de Souza, estava realizando uma reunião de trabalho e não poderia conceder entrevistas. (Nathielle Ferreira)
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