VIDA URBANA
Álcool e ciúme motivam os crimes passionais
Pesquisa realizada no Presídio Serrotão, em Campina Grande, analisou o perfil dos detentos acusados desse tipo de homícidio.
Publicado em 29/07/2012 às 9:00
Crime passional é todo aquele cometido em razão de relacionamento sexual ou amoroso, envolvendo afeição entre agressor e vítima. Estudos realizados na área demonstram que os homicídios passionais se destacam por serem muitas vezes gerados pelo ciúme, paixão e sentimento de posse em relação à mulher, principal alvo deste tipo de atentado à vida.
Uma pesquisa realizada no Complexo Penitenciário do Serrotão, em Campina Grande, analisou o perfil comportamental dos detentos acusados de homicídios passionais, observando que em sua maioria, os criminosos afirmam ter praticado o delito por amor e ciúme. Porém, há todo um pano de fundo nestes casos, envolvendo relações afetivas familiares, abuso de álcool e baixa escolaridade de acusados e vítimas.
Segundo a pesquisa, 83% dos homicidas passionais agiram por ciúmes da vítima e 78% afirmaram sentir amor pela mulher assassinada. Além disso, 89% relataram abusar do álcool em alguma época da vida.
De acordo com o Centro 8 de Março, organização não governamental que faz um levantamento estatístico dos crimes contra o sexo feminino, no primeiro semestre de 2012 ocorreram 33 assassinatos de mulheres na Paraíba, enquanto no mesmo período do ano passado foram 32 mortes computadas.
O crime passional, devido à sua motivação ser considerada fútil ou torpe, ou ainda pelos meios insidiosos utilizados na sua prática, se considerado doloso trata-se de homicídio qualificado, podendo figurar, portanto, como crime hediondo, cuja pena pode chegar a 30 anos de reclusão.
O estudo “Em nome do amor? Analisando o perfil comportamental dos criminosos passionais”, divulgado este mês, foi realizado pela aluna Andreza Fernandes Leite no curso de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), orientado pela psicóloga Aline Lobato, professora da instituição e doutora em Psicologia Investigativa pela Universidade de Liverpool. A pesquisa ouviu 18 internos do Presídio do Serrotão, entre setembro e outubro de 2009. Foram abordados os perfis pessoal, familiar e criminal dos homicidas, e as características de suas vítimas.
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