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VIDA URBANA

Alhandra lidera em royalties, mas estrutura é precária

Cidade foi a que mais recebeu royalties da exploração de gás natural no Estado, mas falta de infraestrutura ainda prejudica moradores.

Publicado em 13/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:24

Esgoto a céu aberto, ruas sem calçamento e carências nas unidades de saúde são os principais problemas que afetam os moradores do município de Alhandra, distante 42 quilômetros de João Pessoa, no Litoral Sul da Paraíba. A cidade foi a que mais recebeu royalties, recursos vindos da exploração de gás natural no Estado, em 2013. Segundo informações da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), foram repassados R$ 12,191 milhões no ano passado e R$ 19,221 milhões em 2012.

De acordo com a lei 12.734, os recursos vindos dos royalties devem ser aplicados integralmente na infraestrutura das cidades, escolas e postos de saúde. Mas não é o que se vê em Alhandra, que nos últimos dois anos recebeu R$ 31,412 milhões. O sistema de esgotamento da cidade está precário e os dejetos correm a céu aberto por quase toda a cidade, do Centro aos pontos mais periféricos, como a comunidade “Pituba”.

Além de conviver com o mau cheiro, a presença de insetos e outros animais peçonhentos ameaçam a saúde da população.

No bairro Salgadinho, os moradores relatam que o problema é antigo e a situação se agrava no período das chuvas. “Quando entope esse esgoto aqui fica a maior nojeira e falta pouco entrar na casa da gente”, reclamou a dona de casa Gerusa Bezerra, que mora há 5 anos na rua Flósculo Guimarães.

Axinoany Pereira também mora na mesma rua e reclama da falta de proteção do córrego que é risco de acidentes para as crianças. “Aqui tem muita criança e quando essa boca de lobo não tá aberta, fica somente com uma tábua por cima. Qualquer pessoa pode cair e se machucar”, lamenta.

Na comunidade Pituba os insetos invadem as residências. A dona de casa Edine Correia conta que, por causa do esgoto, a presença de muriçocas é constante. Além disso, a proliferação de ratos e baratas também prejudica o bem-estar dos moradores. “É muriçoca e mosquitos aqui o tempo todo e se não tiver cuidado, as crianças adoecem, porque também aparecem ratos e baratas”, revela.

Do outro lado da cidade, no bairro Novo Monte, além do esgoto, os moradores convivem com a falta de calçamento na maioria das ruas. A dona de casa Neri Oliveira mora no bairro há cinco anos e afirma que desde que foi criado, há cerca de 10 anos, o bairro nunca recebeu melhorias na infraestrutura das ruas.

“Com essa rua desse jeito, até com moto você tem dificuldade de passar e quando chove a situação piora, porque tem os buracos e a lama”, relatou a moradora.

As ruas do Centro da cidade e do bairro Oiteiro, por exemplo, concentram estabelecimentos comerciais e órgãos públicos.

Elas são as principais vias de acesso à cidade, mas apesar de estarem pavimentadas, não têm sinalização para disciplinar o trânsito, como semáforos ou placas sinalizadoras. A aposentada Rita Silveira conta que quase foi vítima de atropelamento.

Na opinião dela, a sinalização deveria existir ao menos nas vias principais. “Aqui tem muitas escolas, postos de saúde e o mercado, as pessoas sempre passam por aqui. Deveria ter pelo menos uma lombada ou um sinal”, sugere Silveira.

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Jornal da Paraíba

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