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VIDA URBANA

Alunos da UFPB ocupam campus do Litoral Norte contra a PEC 241

Ocupação acontece há uma semana; aulas seguem normalmente.

Publicado em 01/11/2016 às 10:19

Alunos do campus Litoral Norte da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) estão ocupando as instalações da instituição em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, a PEC 241, que pode defasar a educação e a saúde no país, segundo alguns especialistas. A PEC já foi aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 25 e segue para votação do Senado Federal. Na ocupação acontecem atividades dentro do campus e os alunos também realizam atividades em escolas da região. Cerca de 30 alunos estão participando fixamente da ocupação e há a expectativa de maior adesão por parte da organização.

A ocupação dos alunos começou no dia 26 de outubro e o objetivo maior é protestar e conscientizara população sobre a PEC 241. "Essa é mais uma das ações contra a PEC [241], e contra o desmonte da educação", disse a professora de Antropologia, Kelly Oliveira. "Nosso objetivo maior é protestar contra a PEC 241", concordou o aluno Guilherme Monteiro, que está atuando na mobilização. Obras inacabadas no campus também são alvo do protesto dos alunos. "Além disso, como estamos ocupando um auditório com a obra quase terminada, queremos liberar ele para nos beneficiarmos desse espaço", disse Guilherme.

Os alunos não paralisaram as aulas, inclusive, querem a presença de outros alunos nas aulas para trabalharem as atividades da mobilização. "As aulas continuam. Os alunos estão assistindo aula e os professores dando aula normalmente. Os alunos não querem que parem as aulas, mas sim que mobilizemos a instituição politicamente", destacou Kelly. Segundo Guilherme, o movimento quer que "eles [alunos] venham para conscientizar sobre a situação".

Alunos também protestam por mais segurança na região do campus IV, que vem sofrendo com a insegurança (Foto: Arquivo Pessoal/José Muniz)

Atividades estão sendo realizadas pelos alunos dentro e fora da instituição de ensino. Na segunda-feira (31), os alunos foram na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Rui Carneiro, localizada na cidade de Rio Tinto, na Região Metropolitana de João Pessoa, para discursar sobre a PEC 241 e a reforma do ensino no Brasil com os estudantes. "A PEC vai prejudicar principalmente os secundaristas. Estamos dialogando com eles, mostrando a realidade que eles vão enfrentar no futuro, principalmente pra entrarem na universidade, porque ela está se deteriorando", disse Guilherme.

Ocupações em escolas e universidades estão acontecendo no Brasil inteiro, todas com foco em protestar contra a PEC 241. Sobre essa onda de protesto, Guilherme Monteiro enxerga a situação com importância e comenta sobre o momento de mobilização estudantil. "É super importante [a onda de ocupações], e tem que haver o movimento. É uma causa realmente justa. Querer congelar por 20 anos [os gastos] é um desastre para educação e saúde do Brasil", analisou o estudante. "O brasileiro deve exercer mais sua cidadania e seus direitos. É hora de agir, porque a causa é bem maior. Estamos vivendo um momento tenebroso, um congresso que representa quase ninguém", finalizou.

Além da PEC 241

Representantes da instituição se reuniram com a Associação dos Docentes da UFPB (Aduf-PB), e determinaram um calendário de atividades em Rio Tinto e Mamanguape. "Vamos fazer passeatas, mobilização sobre o dia 11 [Dia Nacional de Greve], e também sobre segurança na [via da] BR, onde vem acontecendo muitos assaltos e tentativas", adiantou Kelly.

"Está rolando onda de assalto na estrada entre Mamanguape e João Pessoa, e até dentro do campus. Ao redor também", é assim que Guilherme resume a segurança na região. Segurança que também é pauta para a mobilização dos alunos do campus. Na próxima quinta-feira (4), a partir das 15h (horário local), acontece uma reunião com representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para tratarem sobre a segurança na via, onde participam alunos, professores e representantes da comunidade local.

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Jornal da Paraíba

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