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VIDA URBANA

Alunos de medicina sofrem com falta de campo de estágio

Alunos de medicina sofrem com falta de campo de estágio na Paraíba

Publicado em 06/05/2012 às 8:00


A medicina exige dedicação e prática. Durante a formação, os alunos necessitam passar por aulas em laboratórios, ambulatórios, enfermarias, até chegar ao internato em hospitais.

No entanto, eles têm esbarrado em uma dificuldade crescente: falta campo de estágio. São poucos leitos na Paraíba para a quantidade de estudantes da área de saúde - que já lotam as unidades, muitas vezes só conseguindo observar, ao invés de fazer.

E o problema atinge tanto os matriculados na rede privada quanto nas universidades públicas – que possuem inclusive hospitais escola que servem de campo de prática. Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), por exemplo, os estudantes alegam que têm que dividir o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) com todos os graduandos e pós-graduandos dos cursos de Saúde oferecidos na instituição.

“O espaço é pouco para muita gente. Têm alunos da graduação e os residentes. Às vezes as salas de ambulatórios chegam a ter de 12 a 15 alunos, com um único professor, quando o ideal seria uma relação de quatro para um. Nos últimos 5 anos abriram escolas particulares e o nosso campo de prática nos hospitais públicos está limitado”, lamentou o estudante do oitavo período André Vidal de Negreiros.

Embora os estudantes da UFPB contem com o hospital- escola, eles lembram que o HU não atende, por exemplo, casos de urgência e emergência. “Urgências clínica e cirúrgica só existem nos hospitais públicos e o acesso a eles está muito difícil”, reforçou a aluna Laís Araújo, ao citar que o parto é outro procedimento que exige uma maior prática, que não é proporcionada no HU. A unidade realiza esse atendimento, mas de forma muito menor do que em uma maternidade.

“Muitos pacientes ficam tempos na enfermaria esperando por exames que não são feitos no HU. Isso diminui a rotatividade dos pacientes, de forma geral, e com isso menos casos a gente consegue pegar”, apontou o aluno Arthur Freire, ao enfatizar que os estudantes da UFPB não encontrariam 'tanta preferência' para estágios em outros hospitais públicos.

Isso porque a instituição (UFPB) não paga aos profissionais orientadores (preceptores) ou aos hospitais para darem essa assistência aos alunos – diferente do que aconteceria com os estudantes das instituições privadas - que podem pagar pelo serviço de um profissional para orientar os alunos durante o estágio.

Em se tratando desses últimos alunos, a reclamação maior é da falta de um hospital escola em suas instituições, como é o caso da Faculdade de Medicina Nova Esperança (Famene) e da Ciências Médicas - ambas em João Pessoa.

“Os estágios são sempre nos hospitais públicos e o ideal era que a faculdade tivesse um hospital próprio. Como a cidade já abriga três instituições que oferecem o curso de medicina, o campo fica sobrecarregado. Na parte das clínicas, que envolve o atendimento de especialistas como obstetra e pediatra, há apoio nas policlínicas. A dificuldade maior é a parte cirúrgica, anestesiológica, urgência e emergência”, comentou um aluno da Ciências Médicas, que preferiu não se identificar.

O estudante Geraldo Camilo Neto, que está no último período do curso na Famene, contou que já chegou até a ficar com mais oito alunos em um plantão no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, referência no atendimento da capital e uma das unidades com acesso mais difícil nos últimos anos.

Segundo a coordenadora do curso de medicina da UFPB, Joacilda Nunes, alunos de 33 cursos de Saúde, oriundos de 11 instituições distintas, estagiam no Trauma da capital – o que geraria excesso de estudantes.

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Jornal da Paraíba

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