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VIDA URBANA

Alunos fazem protesto para pedir saída de diretor após briga com professor

Os estudantes ainda denunciam problemas na escola como falta de professores, “turmas fantasmas” e falta de higiene nos banheiros.

Publicado em 02/09/2015 às 13:45

Os estudantes da Escola Estadual Martiniano Rocha, localizada na cidade de Lagoa Seca, no Brejo paraibano fizeram um protesto, na manhã desta terça-feira (2) pedindo a saída do diretor da instituição, Wanderley Pereira de Melo. O motivo principal para a solicitação dos alunos foi uma briga que teria ocorrido entre o gestor e um professor no último dia 25 de agosto, mas os estudantes ainda denunciam problemas na escola como falta de professores, “turmas fantasmas” e falta de higiene nos banheiros. O grupo fez uma caminhada pela cidade e chegou a fechar a BR-104 por alguns minutos.

O protesto começou por volta das 8h e durou pouco mais de uma hora. Por conta da manifestação não houve aula na escola. Os alunos alegam que o diretor não possui um bom tratamento com professores e os estudantes. “Ele não sabe tratar a gente bem. Sempre fala com ignorância e quer suspender os alunos das aulas por qualquer motivo. O estopim para nossa revolta foi quando ele tentou agredir um professor com um extintor de incêndio durante uma briga”, disse a aluna Maria Helena Rodrigues de Lima, 14 anos, estudante do 8º ano.
Outro grave problema relatado pelos alunos é a falta de professores para disciplinas em algumas turmas. Eles alegam que existem professores escalados, mas estes nunca comparecem as aulas. A situação é mais delicada para os alunos do projeto Educação de Jovens e Adultos (EJA) no turno da noite. O estudante Pedro Alves, 23 anos, é da turma do 1º ano do ensino médio, mas disse que concluiu o 9º do fundamental sem nunca ter assistido aula de artes e ciências.
A professora de português Déroba Pereira da Silva, confirmou o problema da falta de professores e falou sobre a ausência dos profissionais e sobre a existência de 'turmas fantasmas' na escola. “Os casos são variados. Existem professores que estão escalados para várias turmas, mas só dão aulas em algumas. E também há casos onde a direção cria turmas de alunos que não existem e estas possui professores na escala. Ou seja, tem professor recebendo sem dar aula”, denunciou ela.
Além dos problemas envolvendo os professores, os alunos também reclamaram da merenda e das condições de higiene dos banheiros, que não estão tendo os devidos cuidados, como foi constatado pela própria equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA. “Antigamente a merenda era variada e boa, mas atualmente está muito ruim. Tem dia que é pão duro e puro com um suco muito fraco. E os banheiros estão sujos. Existem profissionais de limpeza, mas falta material, como desinfetante”, relatou o aluno João Paulo de 16 anos, estudante do 2º ano médio.
O que diz a direção?
O diretor da escola, Wanderley Pereira de Melo, disse que está sendo perseguido por conta de mudanças que estão sendo feitas na gestão da escola. Ele disse que até o ano passado existiam casos de “turmas fantasmas” e professores que não estavam indo às aulas, mas tem cobrado dos profissionais e alguns não se agradam com a atitude. “Havia essa prática, mas como estamos coibindo, alguns estão insatisfeitos e criam estas situações. Eu sei o trabalho que tenho feito e tenho minha consciência limpa. As denúncias que estão fazendo, terão de provar”, disse ele.
Sobre as condições da merenda e limpeza, o diretor disse que a escola está passando pro problemas financeiro pela ausência de alguns recursos federais, no últimos meses e destacou que por vezes os professores e direção estão contribuindo do próprio bolso. A diretora ajunta, Edna Dantas, também destaco que os próprios alunos danificam o banheiro, jogando objetos e pedaços de papel. “Já tivemos de desentupir várias vezes. Infelizmente, pela ação de alguns todos se prejudicam”, disse ela.
Gerência promete resolver problemas em 15 dias
De acordo com a coordenadora da 3ª Gerência Regional de Ensino, em Campina Grande, Italagitânia Simplício, disse que ainda nesta manhã de quarta-feira (2) foi enviada uma equipe do Núcleo de Acompanhamento da Gestão Escolar (Nage) para a escola. Todas as denúncias foram ouvidas e todas serão averiguadas. “Vamos preparar um laudo com essas denúncias e verificar o que está acontecendo. No prazo máximo de 15 dias queremos que os problemas sejam resolvidos”, disse ela.
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Jornal da Paraíba

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