VIDA URBANA
Ambulâncias paradas na PB
Municípios contemplados com as ambulâncias, e que ainda não instalaram base do SAMU, podem ser obrigados a devolver os veículos.
Publicado em 16/03/2012 às 6:30
Oito ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), doadas pelo Ministério da Saúde (MS) em 2010, ainda estão sem funcionar na Paraíba. Os veículos foram enviados para Alhandra, Itabaiana, Mamanguape, Rio Tinto e Cabaceiras, que não implantaram a estrutura necessária para instalar o serviço, que inclui o emplacamento dos carros, a construção da base administrativa e a contratação de equipes.
No dia 31 de janeiro terminou o prazo dado pelo MS para que todas as prefeituras do país, que foram contempladas com a doação das ambulâncias, instalassem o Samu em suas localidades, sob o risco de serem obrigadas a devolver os veículos. Gestores paraibanos estão negociando com o órgão federal para evitar a devolução das viaturas.
O coordenador de Urgência e Emergência da Secretaria Estadual da Saúde, Walber Frazão, contou que o Samu já foi implantado em 94 municípios e que os oito veículos que estão sem funcionar fazem parte do total de 160 viaturas enviadas para a Paraíba em 2010 e que ainda não entraram em operação por falta da instalação da base de apoio, de onde as equipes atendem as ligações feitas ao número 192 e coordenam os atendimentos.
Um Termo de Ajustamento de Conduta, firmado ontem, no Ministério Público da Paraíba, assegurou a implantação e o funcionamento do Samu no município de Rio Tinto, que vai dividir as despesas e atender também a população de Marcação e Baía da Traição.
Segundo a promotora Adriana Amorim, que coordena o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Saúde, Cabaceiras e Alhandra também começaram a instalar a base de apoio. No entanto, Itabaiana e Mamanguape ainda não informaram sequer a previsão de quando pretendem implantar o Samu e correm o risco de perder, cada uma, duas ambulâncias.
O MS ainda não confirmou a perda dos veículos, mas se isso ocorrer, as ambulâncias serão encaminhadas para outras cidades. “Estamos tentando auxiliar as prefeituras a instalarem essa base para não penalizar a população, já que as viaturas serão remanejadas e deixarão a localidade distante desse serviço", acrescentou.
Das quatro ambulâncias que poderão ser remanejadas, três são de suporte básico e uma de suporte avançado e equipada com unidade de terapia intensiva. De acordo com Adriana Amorim, a falta da base de apoio já levou Mamanguape a perder uma outra ambulância de suporte avançado.
A secretária municipal de Saúde de Mamanguape, Fátima Lelis, explicou que a ambulância foi devolvida por decisão do prefeito Eduardo Carneiro Brito, em função do alto custo para manter o veículo. “O prefeito ainda tentou dividir os custos com outros municípios da região, mas não houve acordo”, detalhou.
Mas, a secretária assegurou que a cidade não será prejudicada, pois a base de apoio estaria sendo construída e entrará em funcionamento em maio. Ela ainda disse que o atraso foi motivado por erros do Ministério da Saúde: "A numeração do chassi e nome da marca do carro vieram errados no Termo de Doação e não conseguimos emplacar os veículos. Já mandamos documentação, justificando o atraso".
Em Itabaiana, a chefe de gabinete da Prefeitura, Zorah Lira, também garantiu que não haverá a perda dos dois veículos de suporte básico que foram entregues à cidade. Ela disse que a construção da base de apoio já está em fase final e deverá ser inaugurada nos próximos dias. “O prédio já está sendo pintado. As equipes de saúde já estão sendo treinadas”, afirmou.
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