VIDA URBANA
Ambulantes atrapalham passagem de pedestres
Ambulantes estão ocupando as calçadas e obrigando pedestres a caminhar no asfalto e ficar lado a lado com os veículos.
Publicado em 17/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 26/05/2023 às 17:33
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano de João Pessoa (Sedurb) mobiliza, por dia, cerca de 60 agentes para monitorar o comércio ambulante na cidade. O objetivo é evitar que carrinhos e bancas sejam instalados em calçadas e atrapalhem a locomoção de pedestres. No entanto, mesmo com os fiscais na rua, há vendedores que ainda insistem em trabalhar em locais proibidos.
Em algumas áreas do Centro de João Pessoa, a exemplo da Rua Santo Elias, é possível flagrar o descumprimento da proibição. Carrinhos de açaí são parados em calçadas e obrigam as pessoas a fazer desvios, caminhando na rua.
No Parque Solón de Lucena, no anel externo da lagoa, a situação é ainda pior. Ambulantes que comercializam bolsas, celulares e óculos escuros disputam clientes na calçada. Sem espaço para seguir o trajeto, os pedestres são obrigados a caminhar no asfalto e ficar lado a lado com os veículos.
Segundo o secretário adjunto da Sedurb, José Gadelha Neto, os vendedores que ocupam áreas proibidas ferem legislações vigentes e estão sujeitos a ter os produtos apreendidos.
“Calçada é do pedestre e não do comércio ambulante. Não iremos tolerar essa ocupação irregular. O ambulante que for pego nessa situação terá a mercadoria apreendida”, disse.
No entanto, o gestor destacou que a prática do comércio ambulante não é proibida, desde que obedeça a algumas normas. Por isso, a Sedurb vai implantar, ainda no primeiro semestre deste ano, um projeto pioneiro de organização do trabalho dos ambulantes. Os vendedores serão cadastrados, receberão uniformes e crachás e só ocuparão áreas delimitadas pelo governo municipal. Além disso, só poderão comercializar produtos autorizados pela Serdurb. Frutas e verduras, por exemplo, serão proibidas.
O cadastramento dos primeiros beneficiados pelo projeto começou a ser feito em dezembro do ano passado, mas foi interrompido por conta dos preparativos do Extremo Cultural, um evento musical que está ocorrendo na orla de João Pessoa desde o início de janeiro. A programação só será encerrada no final de fevereiro.
COOPERATIVA QUER ORDENAMENTO
Segundo a presidente da Cooperativa dos Trabalhadores Informais da Paraiba, Maria José Santos, a categoria é favorável ao projeto da Sedurb, porque a iniciativa vai impedir a atuação de “falsos ambulantes que vêm para João Pessoa apenas para se aproveitar da situação”.
Ela explica que a Cooperativa possui 580 vendedores cadastrados e que estão ocupando mercados populares, mas desconhece a quantidade de ambulantes que trabalham nas ruas.
“Vemos muitas pessoas que vêm de fora, apenas para tumultuar nosso trabalho. São de outras cidades. Não querem cumprir as normas e ocupam calçadas. Tem dono de loja que coloca pessoas nas ruas para vender produto para ele. Ainda tem gente que ganhou box no mercado e vendeu e, depois, voltou para a rua de novo”, diz.
“São pessoas que prejudicam os ambulantes que estão nos mercados. Tiveram 70% de queda nas vendas de fim ano, porque tem muita gente nas ruas vendendo tudo e descumprindo normas. Tem que ter um ordenamento. Do jeito que está, é ruim para todo mundo”, desabafou
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