VIDA URBANA
Ambulantes voltam a ocupar calçadas em JP
Sem autorização, muitos ambulantes estão ocupando as calçadas da Lagoa; vendedores dizem não ter para onde ir e que precisam trabalhar.
Publicado em 22/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/01/2024 às 18:46
Presentes por todo o Centro de João Pessoa, os ambulantes voltaram a ocupar as calçadas e proximidades de pontos de ônibus na Lagoa do Parque Solon de Lucena. Sem autorização, eles afirmam que, por vezes, são obrigados a se retirarem e chegam a ter suas mercadorias apreendidas. Ainda assim, eles retornam, afirmando ser essa sua única fonte de sobrevivência.
Zenilda da Silva é uma dessas comerciantes. Ela atua no ramo há cerca de 9 anos e afirma que desde 2011 trabalha no Centro da capital. Para ela, trabalhar no Centro virou parte de sua rotina, que alterna entre dias de tranquilidade e solicitações dos agentes de controle urbano da prefeitura para que se retire do local.
“Às vezes o povo da prefeitura reclama. Eles vêm com uma ordem para a gente sair, e a gente vai contra. O que é que a gente pode fazer, se esse é o nosso sustento?”, questionou.
Como Zenilda, diversos outros comerciantes trabalham de forma ilegal no Centro da capital. Esse é o caso de Carlos Júnior. Ele comercializa macaxeira, batatas e cenoura no local há cerca de cinco meses e relata que já teve seu carro confiscado por agentes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb).
“Eles já mandaram eu sair, já disseram que não é para vir, mas eu venho porque se eu não vier eu não tenho como trabalhar. Mesmo eles reclamando, eu venho”, afirmou.
Em uma área localizada atrás dos pontos de ônibus do Parque Solon de Lucena, diversos comerciantes possuem cadastro e trabalham regularmente. Porém, eles não quiseram se pronunciar, bem como outros ambulantes que ocupam as calçadas dali e de outras ruas do Centro.
Para alguns moradores da cidade, a presença dos comerciantes não interfere em nada o trânsito de pedestres nas calçadas. Pelo contrário, muitos veem benefícios. “Eu acho muito bom eles aqui, porque se a pessoa tem fome, tem o que comer, se a pessoa quer comprar uma fruta, uma coisa, tem também bem fácil. Fora isso eles estão ganhando o sustento deles. Eu não sou contra, não”, declarou a doméstica Irani Pereira.
A servidora pública Sandra Firmino também é a favor da permanência dos ambulantes. “Eu acho bom, contanto que seja organizado. Eu acho que a prefeitura tem que deixar, mas fiscalizar para que não chegue ao ponto que era antes, muita gente e desorganização”, opinou.
Apesar de muitos verem benefícios com a presença dos ambulantes no Centro da capital, há quem seja contra. É o caso do funcionário público Rodrigo Mamede. Segundo Mamede, em alguns trechos se torna perigoso para a população transitar devido ao pouco espaço deixado pelos ambulantes.
“Eu acho que às vezes fica difícil de caminhar, atrapalha o trânsito, às vezes a gente tem que ir para a rua para passar, correndo risco de vida. Eu gostaria que todos conseguissem trabalhar, mas sem atrapalhar o andamento da cidade”, afirmou. (Colaborou Nathielle Ferreira)
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