VIDA URBANA
Amigo diz que paraibano morto na Espanha vivia fazendo empréstimos
Família não acredita na versão dada pelo amigo.
Publicado em 22/09/2016 às 14:33
Novas informações movimentam as investigações do caso do assassinato dos paraibanos na Espanha. Um dos amigos mais próximos de Marcos Nogueira, pai da família vítima da chacina, na Europa disse nesta quinta-feira (22) que ele vivia de fazer empréstimos. A informação foi dada em entrevista a TV espanhola 'Antena 3' e repassada ao JORNAL DA PARAÍBA.
“Marcos era o tipo de pessoa que acreditava que podia pegar um empréstimo de US$ 20 mil euros em um dia, e no outro pagar. Ele acreditava que as coisas eram fáceis. Ele acreditava que essas coisas eram possíveis, mas nem sempre era. Ele pedia a pessoas que fizessem empréstimos no banco, e que depois ele pagava. Ele era muito sonhador”, afirmou o amigo de Marcos, identificado como Marcelo, que também é brasileiro.
Os parentes dos paraibanos não acreditam que os assassinatos tenham relação com um possível empréstimo obtido por Marcos junto a agiotas. “Uma coisa que leva a crer que isso não é verdade, é que não é comum que pessoas que devem, ter crime dessa natureza, com extrema violência, violência que foi aplicada para duas crianças inocentes. Eu não acredito nessa suposição”, disse o primo de Janaína Santos Américo, esposa de Marcos, Pedro Rafael. (confira no vídeo)
Rafael também rejeita a tese levantada pela investigação espanhola de que a família vivia em constante fuga. “Ele morou muito tempo na Espanha e voltou para o Brasil, onde conheceu a Janaína. Se ele estivesse fugindo, não faria sentido ele voltar para lá. Eles tinham Facebook, postavam diversas fotos, quem se esconde não tem rede social”, pontuou.
Para os familiares, um sobrinho de Marcos Nogueira, que morou com eles na Espanha, poderia ter maiores informações sobre o crime. “Esse sobrinho, de nome Patrick, talvez seja uma pessoa muito importante para ajudar a solucionar o caso. É uma pessoa que, talvez, daria alguma informação. Eles moraram juntos por um tempo, na cidade de Valladolid”, disse Pedro Rafael.
Segundo informações repassadas pela 'Antena 3', fontes ligadas à investigação informaram que Patrick já foi ouvido pela polícia espanhola e está retornando ao Brasil. De acordo com os parentes, o sobrinho deixou de morar com Marcos e a família pouco tempo antes do crime, que para a polícia aconteceu há cerca de um mês.
Uma outra hipótese
O jornal espanhol 'El Mundo' levantou uma tese diferente para o crime em reportagem publicada nesta quinta-feira (22). Desde o início da investigação, a polícia espanhola trabalhava com a ideia de que os criminosos eram conhecidos dos mortos, mas agora eles analisam outra possibilidade: de que os assassinos, que seriam ao menos dois, estavam do lado de fora da casa e fizeram um membro da família como refém, possivelmente Marcos, e entraram na residência. Isso significaria que os criminosos estavam monitorando os movimentos e horários da família.
Segundo as fontes ouvidas por 'El Mundo', os filhos de Marcos e Janaína, de quatro e um ano foram mortos primeiro, provavelmente na presença de seus pais. Na sequência eles mataram o casal e esquartejaram os corpos.
O periódico espanhol afirma também que os assasinos limparam o local do crime para não deixar nenhuma pista.
“Ficamos muito chocados, a nossa família se uniu, se apegou. Entramos em desespero, mas estamos aqui, um apoiando o outro”, disse o irmão gêmeo de Janaína, George Gunter Santos Américo. “Não temos envolvimento com nada, somos todos trabalhadores, se puxar a ficha de qualquer pessoa da família, vão ver que não temos nada a dever a ninguém”, completou.
Segundo George, a ideia da família agora é ir a Espanha e trazer os corpos para o Brasil.
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