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VIDA URBANA

Amor e dedicação vencem as dificuldades

Preconceito e luta por aceitação é uma das principais barreiras enfrentadas.

Publicado em 11/03/2012 às 16:53

Mas, nem sempre o caminho convencional do preconceito apontado por S.M.G. é traçado. Ciente que M.C. é portadora de HIV, o comerciante R.S.C, 40 anos, que não é portador do vírus não poupou esforços para conquistar a mulher que acreditou ser a ideal para sua vida. “Eu já sabia que ela era soropositivo, mas queria ver se ela ia me contar. Na primeira relação que nós tivemos, ela me contou, e há 10 anos estamos juntos. Nunca deixamos de fazer nada que queremos. Sempre usamos preservativo, eu faço exames de dois em dois anos e temos uma vida completamente normal”, explicou.

O comerciante ainda contou que a primeira batalha que enfrentou foi convencer sua família a aceitá-la. “No início quando minha família soube houve resistência. Eles foram totalmente contra.

Mas, um ano depois, eles perceberam que era ela que eu queria, e hoje todos a aceitam. Eu gosto dela, e não vou deixá-la”, garantiu R.S.

Quando descobriu a doença, M.C. pensou que sua vida havia chegado ao fim. Depois de um ano isolada, e recusando o auxílio de muitas pessoas, ela decidiu reerguer a cabeça e continuar vivendo. Eu passei um ano e era como se a ficha não tivesse caído ainda. Fiquei pensando: como sair na rua, olhar para meus vizinhos? Passei por uma época que eu não queria conversar, nem ver ninguém. Eu não saia de casa para nada”, afirmou.

O medo de perder a vida aumentou quando soube da morte do seu ex-companheiro, com quem acabou sendo contaminada.

“Quando ele morreu, dois anos depois que eu descobri que era portadora, eu imaginei que para mim ali era o fim da linha. Mas tive apoio de minha família, e uma amiga que esteve comigo o tempo todo”, disse M.C.

Para os mais resistentes, o casal pede uma chance não aos portadores do vírus da Aids, mas a quem ainda teima em aceitar, dar a mão, e amparar as pessoas que acabam enfrentando esse tipo de doença.

“O que eu peço é que eles mudem a mente, procurem amar ao próximo. Não é por um aperto de mão, um abraço, um sabonete que outra pessoa irá pegar. O amor tem que falar mais alto que o preconceito”, disse o o casal soro discordante.

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Jornal da Paraíba

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