VIDA URBANA
Anabolizantes são vendidos em shoppings na capital
Substâncias proibidas pela Anvisa seriam adquiridas em lojas de suplemento legalizadas.
Publicado em 01/01/2012 às 7:46
Em busca do corpo perfeito e do melhor desempenho, alguns atletas profissionais praticantes de atividades físicas de João Pessoa estariam consumindo substâncias proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os produtos seriam adquiridos em estabelecimentos comerciais localizados em shopping centers. A denúncia partiu do amigo de um usuário, que não quis ter a identidade divulgada.
Os estabelecimentos são lojas especializadas na venda de suplementos alimentares e as substâncias, que se enquadram na categoria dos esteroides anabólicos, são vendidas indiscriminadamente. O uso das drogas é orientado por funcionários das lojas, que ainda recomendam a compra de outras substâncias também irregulares junto à Anvisa.
Sem se identificar, a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA foi apurar a acusação e constatou que o comércio se dá em estandes representantes da Vitabrasilnet, rede que disponibiliza vitaminas, produtos estéticos e suplementos alimentares para praticantes de esportes, frequentadores de academias e pessoas interessadas na melhoria do desempenho de atividades físicas.
Os produtos em questão são o M-drol (nome genérico para o Superdrol, uma droga sintética que proporciona o aumento da massa muscular mediante a intervenção no funcionamento do mecanismo hormonal do corpo humano) e o Halovar (nome genérico da Oxandrolona, outra droga que atua na hipertrofia muscular e que até é comercializada legalmente no Brasil, mas somente sob prescrição médica e com receituário específico).
“Na verdade, a maioria dessas drogas foi desenvolvida para o tratamento de disfunções fisiológicas sérias, e algumas são até vendidas em farmácias, como é o caso da Oxandrolona, mas só depois de uma consulta médica e da apresentação de receitas adequadas, as do tipo 'B' (de cor azul), que ficam retidas no estabelecimento farmacêutico”, afirma Sebastião Filho, nutricionista especializado em nutrição esportiva e conselheiro da Federação Paraibana de Culturismo, Musculação e Fitness.
“Quando utilizadas por pessoas que não têm esses tipos de deficiência, essas substâncias podem causar danos sérios à saúde, que vão desde aumento da oleosidade da pele, acnose, halitose, calvície até hipertensão arterial, cirrose hepática, disfunção erétil e desequilíbrios hormonais de várias ordens”, aponta o nutricionista.
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