VIDA URBANA
Análise genética elucida crimes
Com uma média mensal de 30 laudos emitidos, a grande maioria de identificação de cadáver, o laboratório atende aos Estados vizinhos de Pernambuco e Rio Grande do Norte, além de Piauí, Pará e Rondônia.
Publicado em 03/06/2012 às 7:00
Aparelhado com softwares e equipamentos ultramodernos, o laboratório de DNA do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) é referência no Nordeste quando o assunto é genética forense e elucidação de crimes. Com uma média mensal de 30 laudos emitidos, a grande maioria de identificação de cadáver, o laboratório atende aos Estados vizinhos de Pernambuco e Rio Grande do Norte, além de Piauí, Pará e Rondônia.
Os laudos emitidos aqui na Paraíba foram essenciais para a elucidação de crimes de grande repercussão nacional, como 'Os canibais de Pernambuco'. A identificação das três vítimas dos acusados só foi possível após ter sido feita no laboratório uma minuciosa análise em ossos encontrados no quintal da residência onde os acusados moravam. Esse trabalho só foi possível, a partir de um acordo firmado no ano passado entre a Paraíba e Pernambuco, onde o IPC analisa mensalmente cinco exames de DNA para o estado vizinho.
Os peritos de Pernambuco trazem ao laboratório da Paraíba todo o material utilizado na análise genética, usam as dependências físicas do IPC e contam com o apoio dos peritos da Paraíba. Após toda a análise ter sido realizada, o laudo é concluído em Pernambuco.
O material é conduzido até a Paraíba acondicionado em recipientes de isopor, principalmente quando trata-se de material biológico como músculos. No laboratório, o material passa por uma série de processos, que incluem a extração, amplificação e eletroforese do DNA da vítima ou suspeito.
No confronto genético são analisados fragmentos, onde são estudadas 16 regiões do genoma humano que são únicas, próprias de cada indivíduo. “Essas regiões são diferentes em todas as pessoas, com exceção para gêmeos univitelinos”, explicou a gerente Operacional de Análise em DNA no IPC, Carmem Leda.
A gerente declarou ainda que o exame de DNA é comparativo e nele são analisados amostras referências (coletadas no instituto), que são confrontadas com outras, chamadas de questionáveis, colhidas principalmente em locais de crime. “Se as 16 regiões únicas analisadas do genoma forem idênticas nas duas amostras teremos a compatibilidade do material”, esclareceu Carmem Leda.
A compatibilidade dos dois materiais é mostrada em um eletroferograma, que são formações de picos, semelhantes a um exame cardiológico.
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