VIDA URBANA
Aniversário de João Pessoa: o charme dos coretos que fizeram a história da cidade
Inaugurado em julho de 1917, no governo de Camilo de Holanda, o coreto da Praça Venâncio Neiva é, até hoje, o mais famoso deles
Publicado em 06/08/2015 às 9:25
Esquecidos pelo tempo, o charme e a história dos coretos ficaram para trás. É possível que a maioria dos pessoenses não tenha ideia da representação dos coretos na evolução de João Pessoa, que completou 430 anos de fundação. O momento de afirmação desses locais, onde eram realizados eventos importantes, aconteceu nas três primeiras décadas do século passado. Nesta reportagem, o JORNAL DA PARAÍBA relembra dois importantes coretos: o da Praça Venâncio Neiva e o da Praça da Independência.
Inaugurado em julho de 1917 no governo de Camilo de Holanda, o coreto da Praça Venâncio Neiva é, até hoje, o mais famoso deles, embora já não tenha mais a mesma destinação que antes. Esse coreto possibilitava uma vista impressionante da cidade e do rio Sanhauá, segundo explicou o historiador José Octávio. “Esse coreto é um misto de grego e renascença, possuindo algumas especificidades, como a passagem subterrânea em forma de túnel, da rua para o interior da praça”, afirmou.
O coreto construído na Praça da Independência nos anos 1920 hoje abriga uma floricultura. A construção é também um dos símbolos de expansão de João Pessoa no sentido leste. Com características neoclássicas, o coreto da Praça da Independência era onde se concentravam as autoridades quando aconteciam os desfiles em homenagem à Pátria. Em razão de sua distância do Centro, esse coreto chegou a servir também como ponto de espera do bonde.
Durante muito tempo, os coretos também serviram de ponto de encontro de casais de namorados e para meninos que esperavam, ansiosos, o momento da partida de futebol na praça. No livro 'Os coretos no cotidiano de uma cidade', o historiador José Octávio destaca que a característica mais comum à maioria deles “consistia na utilização do ferro, também presente aos portões e edifícios das cidades brasileiras do século XIX”.
Os coretos também se fizeram presentes em cidades do interior, alcançando o auge antes da televisão se popularizar. A mudança de comportamento da sociedade foi um fator primordial para o desaparecimento dos coretos. Antes locais de entretenimento, apresentações musicais e retretas, os coretos foram agonizando, até serem completamente abandonados. Hoje, o que resta é uma lembrança do passado.
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