VIDA URBANA
Apenas 14% dos ex-presos paraibanos conseguem arranjar emprego
Em abril (levantamento mais recente), a população carcerária que abrigava as 83 unidades prisionais, sendo 64 cadeias públicas, correspondia a 8.464 presos.
Publicado em 22/08/2010 às 9:47
Por Jacqueline Santos
Do Jornal da Paraíba
Apenas 14,41% dos detentos paraibanos que cumprem pena em regimes semiaberto e aberto nos presídios do Estado estão inseridos no projeto que pode ser a chave para a recolocação no mercado de trabalho, quando eles estiverem livres da condenação.
O número é irrisório, principalmente quando se leva em consideração que as atividades laborais desenvolvidas pelos presidiários podem ser um fator fundamental para que eles sejam reinseridos na sociedade e tenham mais oportunidades para retomar a vida a partir de um trabalho digno e, consequentemente, longe da criminalidade.
Dados da Secretaria de Cidadania e Administração Penitenciária (Secap) mostram que somente 280 dos 1.943 apenados que receberam progressão de pena (semiaberto e aberto) conseguiram uma vaga de trabalho, podendo então se reerguer profissionalmente e socialmente pós condenação.
Em abril (levantamento mais recente), a população carcerária que abrigava as 83 unidades prisionais, sendo 64 cadeias públicas, correspondia a 8.464 presos.
Desses, 1.388 estavam em condição de semiaberto, ou seja, precisavam retornar todas as noites para a prisão, ficando retidos nos finais de semana, e 555 viviam no regime aberto, também tratado como condicional.
Nessa situação, os condenados voltam a conviver com suas famílias, mas precisam prestar contas à Justiça todos os meses. No entanto, não existem estimativas que apontem a quantidade de ex-presidiários que retomaram ou construíram um novo perfil profissional.
“Nós não dispomos de números confiáveis a respeito do aproveitamento de egressos no mercado de trabalho. Temos controle apenas dos apenados que ainda cumprem os regimes semiaberto e aberto, pois de qualquer forma eles retornam aos presídios. Depois que se afastam do nosso convívio, a gente perde o controle. Infelizmente, não temos estrutura para acompanhar essa demanda”, reconhece o secretário de Cidadania e Administração Penitenciária da Paraíba, Carlos Mangueira.
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