Apenas 36% das meninas receberam 2ª dose contra HPV na Paraíba

Cerca de 36 mil meninas com idade entre 11 a 13 anos tomaram a segunda dose da vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) na Paraíba desde o início da segunda etapa da campanha, em 1º de setembro. O número representa apenas 36,3% do público-alvo total no Estado.

No país, a porcentagem de adolescentes vacinadas é de 45% - ou 2,2 milhões de pessoas. A campanha ainda está longe de alcançar a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, que espera vacinar 4,9 milhões de meninas (80% do público-alvo) em todo o Brasil.

A segunda dose, tomada 6 meses depois da primeira, é essencial para garantir a proteção contra o HPV, que provoca o câncer do colo do útero - terceiro tumor mais frequente na população feminina e terceira causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. As meninas ainda devem receber um reforço após cinco anos.

A vacina faz parte do Calendário Nacional de Imunização e está disponível durante todo o ano. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, reforçou a importância da segunda dose para proteção das jovens. "A primeira dose sozinha não protege contra o vírus", declarou ele. "Vacinar contra o HPV é um gesto de amor e proteção pelas meninas do nosso país”, enfatizou.

De acordo com Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde, 4,7 milhões de meninas (96% do público-alvo) receberam a primeira dose. "Apesar dos avanços na redução das mortes por câncer do colo do útero no Brasil, 14 mulheres morrem todos os dias com esse tipo de câncer no país", alertou.

Segurança

Segundo o Ministério da Saúde, a segurança da vacina contra o HPV, que é utilizada em países como Estados Unidos e Grã-Bretanha, foi comprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para a pasta, algumas das reações documentadas, que representam uma porcentagem mínima em relação ao total de vacinas aplicadas, foram provocadas por fatores psicológicos - o que a OMS chama de 'reação de ansiedade após imunização'.

Neste ano, são vacinadas as adolescentes do primeiro grupo, de 11 a 13 anos. Em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de nove a 11 anos e, em 2016, às meninas de nove anos. O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual e também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Em 2014, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos no Brasil.