Apenas 66% do esgoto é tratado em João Pessoa, aponta estudo

A cada 10 litros de esgoto produzidos pelos domicílios em João Pessoa, apenas seis são tratados e têm como fim o retorno aos mananciais da capital, enquanto o restante fica em galerias e bueiros, tendo como destino rios e mares. A conclusão é do Ranking do Saneamento nas 100 Maiores Cidades, estudo feito anualmente pelo Instituto Trata Brasil que tem como objetivo monitorar os avanços dos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto no país.

A pesquisa tem como base dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), do Ministério das Cidades, e mostra que, em João Pessoa, 66,86% do esgoto produzido por água consumida é tratado. Apesar de ainda não ser satisfatório, o índice demonstra um avanço com relação à última pesquisa trazida pelo órgão, quando o índice da capital era de apenas 49,03%. Os dados utilizados para essa pesquisa referem-se ao ano de 2014, os mais recentes sobre o assunto.

Com esse índice, João Pessoa passou da 64ª para a 34ª colocação entre as 100 maiores cidades do país. Para a elaboração do ranking, diversos outros fatores são observados, dentre eles as perdas de água potável na distribuição. Em 2013 um total de 39,9% da água produzida na capital era perdida. No ano seguinte, esse índice caiu para 38,5%. A capital também aumentou a rede de oferta de água, passando de 95,29% para 100% dos municípios atendidos. Quanto ao atendimento total de esgoto, a capital passou de 49,03% para 71,76%.

CAMPINA GRANDE

Em Campina Grande, a situação é melhor que a observada na capital. Na cidade, 95,58% do esgoto produzido é tratado e cerca de 31,26% da água potável produzida é perdida durante a distribuição. Ainda segundo o estudo, 100% dos domicílios são atendidos com ligações de água e o atendimento total de esgoto é de 83,46%.

CAGEPA

O assessor de planejamento da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), Ricardo Benevides, destaca que o aumento em vários índices mostra que investimentos a longo prazo começaram a ser entregues à população. Ele ainda adianta que muitas outras obras estão em andamento e, quando entregues, vão melhorar a situação observada no Estado. “Temos muitas obras em execução, mas tudo isso depende de recursos financeiros. Apesar disso, podemos destacar que nossos índices são bons com relação a outros Estados”, afirma.

Ele ainda reitera que a quantidade de esgoto tratada dificilmente será 100%. “Nem toda água consumida volta para o esgoto, como a água utilizada para irrigar jardins, por exemplo. Em Campina Grande,o índice é melhor porque temos trabalhado com mais enfoque lá, devido à falta de água, mas tudo depende de recurso”, finaliza Ricardo Benevides.