VIDA URBANA
Após 100 dias de greve, HU deixa de fazer 45 mil atendimentos
Procedimentos que estavam agendados antes da paralisação estão sendo realizados normalmente. Segundo a direção do HULW, são cerca de 30 cirurgias por dia.
Publicado em 09/09/2015 às 7:02
Cem dias após o início da greve dos servidores técnico-administrativos, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), em João Pessoa, já contabiliza cerca de 45 mil atendimentos não realizados, entre consultas, exames e agendamento para cirurgias eletivas. Os procedimentos que estavam agendados antes da paralisação, no entanto, seguem sendo realizados normalmente. “Fizemos um acordo com o sindicato dos servidores para que alguns serviços que fossem fundamentais para a população não parassem. Como nós temos uma fila de espera muito grande, as cirurgias estão sendo mantidas para não atrasar ainda mais essa demanda”, explica o superintendente do HULW, Arnaldo Medeiros. Segundo a direção da unidade, durante a greve estão sendo realizadas de 25 a 30 cirurgias por dia no hospital, a mesma média sem paralisação.
A aposentada Rita Ana de Lucena, de 69 anos, veio de um sítio em Sapé, para realizar a segunda etapa de uma cirurgia para retirar os cistos no ovário. “Faz mais de um ano que fiz a primeira parte, quando o médico tirou a maioria dos cistos, mas alguns não puderam ser tirados. Aí passou esse tempo, eu voltei a sentir muitas dores no pé da barriga e eles marcaram a segunda parte”, relata. Rita não sentiu diferença no tratamento por causa da paralisação de alguns servidores. “Está tudo normal”, afirma.
Entre os pacientes que estão sendo prejudicados com a falta de agendamento de cirurgia está Silvana Gouveia, que aguarda na fila de espera por uma cirurgia bariátrica. “Lá no hospital, antes de marcar a cirurgia bariátrica, é preciso consultar nutricionista, psicólogo e endocrinologista. Eu passei por todo esse procedimento, mas minha cirurgia ainda não foi marcada por conta da greve”, conta.
Para o superintendente do HULW, o setor mais prejudicado pela greve é o ambulatorial. “A gente tá vendo muitos pacientes que mesmo tendo consulta marcada não aparecem aqui pelo medo de não serem atendidos. Mas as consultas e os exames marcados antes da greve estão sendo feitos”, explica Arnaldo Medeiros. Segundo a diretora de finanças do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior do Estado da Paraíba, Evanilda dos Santos, essa diminuição do atendimento ambulatorial está acontecendo porque os professores universitários também pararam.
De acordo com a direção do Sintesp-PB, durante o período de greve, que começou no dia 28 de maio, foi formada uma comissão que avaliou muitos problemas de funcionamento do HULW. “O que estamos reivindicando é a melhoria da qualidade do trabalho e do próprio atendimento do HU”, afirma Evanilda dos Santos.
Entre outras reivindicações, a categoria pede 27,3% de aumento salarial. O governo federal ofereceu um reajuste de 21,5%, dividido em quatro anos. Próxima terça-feira, o Sintesp-PB deve realizar assembleia para decidir se a greve continua.
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