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VIDA URBANA

Após 6 anos da denúncia de fraude no vestibular, ninguém foi punido

Em 2003, provas da 3ª série do vestibular da UFPB, hoje Processo Seletivo Seriado (PSS), foram canceladas depois de denúncia de que a prova teria “vazado” na gráfica.

Publicado em 03/10/2009 às 10:48

De Natália Xavier do Jornal da Paraíba

O cancelamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio na última quinta-feira (1º) surpreendeu estudantes em todo o país. No entanto, o cancelamento de uma prova de vestibular por causa de uma fraude na fase de impressão não é uma novidade na Paraíba.

Em 2003, as provas da 3ª série do vestibular da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), hoje Processo Seletivo Seriado (PSS), foram canceladas depois de uma denúncia de que um exemplar da prova teria “vazado” na gráfica.

Seis anos se passaram e o processo contra os acusados de participação na fraude no PSS ainda está no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, com sede no Recife. A última movimentação do processo aconteceu no dia 21 de setembro, quando os autos foram encaminhados para o gabinete do desembargador Rogério Fialho Moreira.

De acordo com o inquérito policial, José Edgley Albuquerque, funcionário da gráfica contratada pela Comissão Permanente de Vestibular (Coperve), teria repassado um exemplar da prova para os professores Jairo Ricardo, João Batista Medeiros e Herbert Souza. Procurado pela reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, o professor Herbert Souza, um dos acusados de receber as provas do PSS em 2003 e repassá-las em bizuradas, informou que não sabe o andamento do processo, porque ele estaria em segredo de justiça.

De acordo com o presidente da Coperve, professor João Lins, o prejuízo da anulação foi de aproximadamente R$ 500 mil e até hoje a universidade ainda não recebeu nenhuma forma de reembolso. Para João Lins, o que aconteceu em 2003 foi um caso isolado e falhas como estas não devem ocorrer novamente na UFPB.

“Aquele foi um caso fora da Coperve. A comissão sempre fazia a elaboração e impressão das provas dentro da Coperve, mas naquele ano as impressoras quebraram uma semana antes das provas da 3ª série e a empresa responsável pela manutenção não fez os consertos. Nesta situação, o então reitor autorizou a impressão da prova em uma gráfica particular. Foi a primeira vez que a impressão foi feita fora da Coperve e não vejo possibilidade de voltar a acontecer”, relembrou o professor acrescentando que caso aconteça algum problema com as impressoras da instituição, é preferível que as provas sejam suspensas a imprimi-las fora das dependências da comissão.

Uendry Ramos foi candidato no PSS 2003 e contou que depois da denúncia de fraude, ele perdeu a confiança na UFPB. “Não tem como esquecer. Fui prejudicado pela anulação das provas. Eu lembro que logo pela manhã, antes de começar a prova, já existia o burburinho de que as questões tinham vazado. Eu culpo o vazamento das questões por não ter passado no vestibular daquele ano. Eu tinha obtido uma boa nota, mas na segunda prova acabei zerando matemática. A prova foi uma das mais difíceis entre os vestibulares na Paraíba. Depois disto, eu fiquei incrédulo e acabei não fazendo mais vestibular da UFPB”, lamentou.

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Jornal da Paraíba

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