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VIDA URBANA

Após alta, pacientes de manicômio judiciário não têm para onde ir

Ex-internos do antigo Manicômio Judiciário da Paraíba sofrem abandono das famílias depois de serem liberados da internação.

Publicado em 19/08/2012 às 14:00

Pacientes do Instituto de Psiquiatria Forense da Paraíba (IPF), antigo Manicômio Judiciário, em João Pessoa, sofrem com o abandono das famílias e ficam sem ter para onde ir, mesmo depois de serem liberados da internação. Atualmente, o prédio azul construído em agosto de 1943, sob a administração de Ruy Carneiro, abriga uma média de 70 pacientes que cumprem medida de segurança. De acordo com Luzimar Firmino, diretor do instituto, a sala de visitas pode receber entre 40 e 50 pessoas, mas, vez por outra, fica praticamente vazia.

Dados do Ministério da Justiça apontam que o sistema penitenciário paraibano conta com 80 estabelecimentos penais, sendo três em reforma, dois desativados e, dentre eles, apenas um é hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. O IPF existe para atender à demanda estadual de criminosos considerados inimputáveis, por possuírem diagnóstico de doença mental. Estas pessoas cumprem medida de segurança, um conceito que difere do de pena comum, porque podem ser estabelecidas num prazo mínimo de um a três anos e só findam com liberação médica - não superando 30 anos.

Na opinião do diretor Luzimar, a situação de abandono dos internos do IPF se deve a uma série de fatores, dentre eles, a incapacidade monetária das famílias em se deslocarem de suas cidades - normalmente no interior do Estado - e em virtude do delito cometido pelo paciente associado à sua condição de saúde. “Temos casos aqui de pessoas que há anos não recebem visitas. Alguns não têm família ou outros têm, mas ninguém quer ter o trabalho”, afirma.

O paciente João da Silva (nome fictício) que está interno há um ano e oito meses, comenta que, para ele, as duas horas de visita são as mais importantes da semana. “É o único momento durante a semana que eu tenho de alegria”, diz. Pedro Paulo Menezes, ex-agente e ex-chefe de disciplina que atuou mais de 25 anos no IPF, lamenta a situação e explica, com base na experiência, que a reação negativa à falta de visitas é óbvia. “Eles cometeram um delito, mas precisam de um tratamento especial, o próprio Estado não os responsabiliza. Quem não recebe visita pergunta, chora, tenta chamar atenção e a administração se desdobra com a equipe para dar assistência”, diz.

Márcio Menezes (nome fictício), paciente há sete anos, diz que quando chega o dia de visita, é ruim ver alguns não recebendo ninguém. “Se lá fora muita gente não abre uma porta, não dá um pouco de esperança para as pessoas que estão doentes, que precisam de apoio, então quem vai vir aqui dentro trazer criatividade, recreação e carinho para nossa vida, se não os familiares?”, questiona.

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Jornal da Paraíba

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