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VIDA URBANA

Após decisão judicial, YouTube vai retirar vídeos que difamam memória de Marielle

Decisão foi proferida na última quinta (22) e publicada na sexta (23).

Publicado em 24/03/2018 às 11:45 | Atualizado em 24/03/2018 às 12:14


                                        
                                            Após decisão judicial, YouTube vai retirar vídeos que difamam memória de Marielle
Marielle Franco

				
					Após decisão judicial, YouTube vai retirar vídeos que difamam memória de Marielle
Marielle Franco. Marielle Franco

Após a decisão judicial que exigiu a retirada do ar de 16 vídeos que propagam mentiras sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no dia 14, no Rio de Janeiro, o YouTube informou nesta sexta-feira (23) que cumprirá a ordem no prazo previsto. A decisão liminar foi proferida na última quinta e publicada na sexta. Segundo a decisão, os 16 vídeos assinalados pela juíza devem ser retirados do ar no prazo de 72 horas, além de multa de R$1 mil por dia em caso de descumprimento.

Segundo a empresa Google, responsável pela plataforma de vídeos na internet, a decisão judicial foi acertada ao entender que é “imprescindível a análise de cada um dos conteúdos apresentados para verificar se neles há, de fato, algum ataque à honra ou à intimidade da falecida Marielle e que, por isso, devem ser provisoriamente eliminados da plataforma YouTube. Isto porque não é possível extirpar de toda rede mundial de computadores opiniões de seus usuários sobre os fatos, que não apresentem agressão direta à honra, intimidade e memória da pessoa envolvida”, informou a Google citando trecho da decisão da juíza Márcia Holanda.

A empresa de tecnologia lembra que, com base no Marco Civil da Internet, o juízo examinou cada um dos vídeos indicados e concluiu pela ilegalidade de parte deles, determinando sua remoção. “Os vídeos foram devidamente identificados por meio de URLs específicas e serão removidos no prazo designado pela decisão. O Google respeita a autoridade do Poder Judiciário, a quem compete avaliar a licitude de publicações. A decisão confirma a necessidade da atuação judicial para o balanceamento de direitos, como determina o Marco Civil”.

Vitória

A advogada Samara de Castro, que assina a petição junto com Evelyn Melo e Juliana Durães, considera que a decisão foi uma vitória.

“Além de retirar vídeos, que são muito ofensivos à honra e à memória da Marielle, e que têm perturbado muito a tranquilidade da família, a gente ainda teve a vitória de, a partir de agora, os novos vídeos que forem surgindo, notificar diretamente o provedor, no caso o YouTube. Ele vai ter um tempo mínimo para retirar e, caso não retire, vai ser multado. Então a gente avalia que essa foi uma vitória, inclusive uma conquista inédita a cerca do debate de fake news”.

Para ela, o julgamento do caso deve servir de jurisprudência para que se consolide o entendimento de que “é responsabilidade também dos provedores a disseminação dessas notícias falsas e que eles têm a obrigação de não deixar que elas se propaguem”.

Além da retirada dos vídeos em pedido liminar, a ação pede que a Google forneça os IPs dos computadores que postaram os vídeos, para posterior identificação pela polícia de quem são essas pessoas que estão cometendo esse crime de calúnia e difamação.

Imagem

Bruna Cairo

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