VIDA URBANA
Ar condicionado é um dos vilões da doença
Fotofobia em pacientes com astigmatismo pode ser potencializado pelo uso do ar-condicionado; oftalmologista explica como.
Publicado em 27/11/2011 às 11:17
Cerca de 99% dos pacientes que possuem astigmatismo também desenvolvem fotofobia, segundo estimativa da oftalmologista Gisélia Barreto. A médica explicou que a deficiência visual caracteriza-se pelo formato irregular da córnea (membrana redonda e transparente que fica na frente do olho) formando uma imagem 'desfocada'.
“Por causa desse desajuste, quando o raio solar ou das lâmpadas batem no olho, ela é refretada e o paciente enxerga 'errado' e força a vista para ver corretamente, o que gera a fotofobia. Entretanto, os níveis de dor são diferentes. Existem pessoas com astigmatismo alto, mas que não apresentam nenhum sintoma”, comentou a médica, acrescentando que a lesão na córnea é outro fator desencadeador da fotofobia.
Esse dano se dá, por exemplo, através da inflamação da pálpebra (conjuntiva), formando um edema. “Quando a pálpebra (que não é colada ao olho) inflamada bate na córnea acontece então a lesão e a pessoa sente dor. O dano vai chegando ao ponto que a pessoa fica com o pavor à claridade”, relatou a médica, ao informar que os primeiros sintomas da conjuntiva (ou conjuntivite) é o branco do olho avermelhado e a presença de remela no canto.
A especialista lembrou, ainda, que as lentes de contato, não confeccionadas por um profissional, também podem lesionar a córnea e causar fotofobia. “As medidas delas têm que ser perfeitas para que elas fiquem 'boiando' na lágrima, ao invés de grudar e danificar assim a córnea. Qualquer impacto que arranhe ou pressione essa estrutura, uma das mais delicadas do corpo, gera a aversão à luz”, alertou.
Segundo a oftalmologista, o ar condicionado também é um dos vilões da doença. Isso porque, para que o ambiente fique gelado, a máquina puxa toda a água do ar, inclusive a lágrima dos olhos – deixando-os secos. “Quando o olho não está protegido pela lágrima, aparecem a ardência e o pavor à claridade”, esclareceu Gisélia.
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