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VIDA URBANA

Área verde da PB ameaçada

Professor da UFPB diz que 'Palmito Jussara', 'Guarda Orvalho', Baraúna' e 'Jacarandá Branco' são espécies com risco de extinção.

Publicado em 22/09/2013 às 9:30 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:42

Ontem foi comemorado o “Dia da Árvore” e apesar de João Pessoa ser considerada por pesquisadores acadêmicos uma das cidades mais verdes do Brasil e do mundo, a capital e os demais 222 municípios que compõem o Estado ainda não dispõem de um mapeamento recente sobre as espécies de árvores e extensão da cobertura vegetal existentes na Paraíba.

A Paraíba possui dois dos seis grandes biomas vegetais brasileiros, sendo a Mata Atlântica e a Caatinga. Mas, segundo informações das Secretarias do Meio Ambiente da capital e do Estado, um inventário contendo um diagnóstico da situação das espécies arbustivas e da flora paraibana ainda está em fase de atualização. No entanto, pesquisadores e gestores do meio ambiente admitem que a área verde da Paraíba está diminuindo.

Segundo o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor em Geociências Eduardo Galliza, nos últimos 20 anos, espécies como o “Palmito Jussara”, “Pau-Brasil”, ambas presentes na Mata Atlântica, “Guarda-Orvalho ou Pau-Crioulo”, que existe apenas na Paraíba, “Baraúna” e “Jacarndá Branco” são as principais espécies ameaçadas de extinção. Além do desmatamento, o professor explicou que a decadência dos biomas paraibanos está ligada também ao processo de desertificação, que já acontece em algumas cidades da região do Semiárido e pode afetar futuramente 208 municípios do interior do Estado.

Na capital, em meio ao crescimento urbano e à construção civil ainda há a conservação de árvores em praças, calçadas e vias públicas. Mesmo com a ameaça da extinção, espécies exóticas nativas como as “Cássias”, que integram o paisagismo da avenida Epitácio Pessoa. Outras como o “Ficos” e “Castanholas”, também comuns em trechos da orla, além dos famosos “Ipês Amarelos”, estão bem conservadas, segundo o engenheiro ambiental e chefe da Divisão de Arborização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam), Anderson Fontes.

Mas, para o docente da UFPB, “a preservação dos biomas paraibanos deixa muito a desejar. Independente do bioma, a situação é muito preocupante, apesar do crescente número de unidades de conservação. Na Paraíba, as unidades de conservação federais são mais preservadas e praticamente concentram-se no bioma Mata Atlântica”. O professor informou ainda que as unidades de conservação estaduais são maiores e contemplam tanto a parte da Mata Atlântica, quanto a Caatinga.

Segundo Galliza, o desmatamento crescente no Estado resulta também da necessidade para ampliação da área urbana e atividades agrícolas. Sem as árvores, o processo de desertificação também é acelerado devido à prática das queimadas, principalmente na região da Borborema.

“No Bioma Caatinga, na Paraíba, a prática da queimada é consuetudinária e contribui para a desertificação. No Estado, a desertificação afeta, muito gravemente, praticamente toda a mesorregião da Borborema e do Sertão e parte do Agreste, sendo que na primeira a situação é mais grave, com a existência de núcleos de desertificação. Os casos mais graves de desertificação são encontrados nas seguintes microrregiões da Paraíba: Cariri Oriental; Cariri Ocidental, Seridó Oriental e Seridó Ocidental”, acrescentou o pesquisador.

AMEAÇA DE FUNGOS E PLANTIO ERRADO

Apesar de manter uma área arborizada, as árvores da capital ainda sofrem com a ameça de fungos, cupins e plantio incorreto. “Além desses problemas naturais, as podas e plantios feitos de maneira errada prejudicam a arborização urbana. O plantio deve ser feito de forma correta e se a pessoa não souber, a prefeitura disponibiliza profissionais para orientação”, explicou Anderson Fontes.

Além do apoio com o cultivo de árvores, a Semam ainda oferece doações de espécies. O centro para distribuição das mudas, cuja altura pode chegar até dois metros, é um viveiro no bairro do Valentina e há outro no Parque Arruda Câmara.

DIVERSIDADE DEIXA CIDADE MAIS BONITA

A comerciante Mirian Vieira acredita que a diversidade de árvores existentes na capital deixa a cidade mais bonita e contribui para a melhor qualidade de vida dos habitantes. Moradora do bairro dos Bancários, na zona sul, ela conta que ainda conserva o hábito de se reunir com familiares sob a sombra de um pé de castanhola, plantado em frente à casa da mãe.

Além dos Bancários, bairros como o Cristo, Ernesto Geisel, Bairro dos Estados e Tambiá são considerados os mais arborizados da capital, segundo a Semam. Em um pré-inventário organizado recentemente pela secretaria, foram identificadas 15.384 árvores nas 941 ruas de 37 bairros da cidade. Segundo o engenheiro ambiental e chefe da Divisão de Arborização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam), Anderson Fontes, o inventário completo, que contemplará 22 ruas dos 27 bairros restantes da capital, começará o ano que vem e a estimativa é que sejam encontradas até 300 mil árvores no município.

Na opinião da professora universitária Nely Pedrosa, a arborização da cidade é um atrativo para moradores e turistas, mesmo com o crescimento urbano. “João Pessoa é tida como uma das cidades mais verdes do mundo e nós precisamos preservar isso. Do ponto de vista da qualidade de vida, o ambiente arborizado é excelente e a cidade fica com o aspecto mais saudável”, disse.

TEMPERATURA PODE ULTRAPASSAR 40° NO SERTÃO, PREVÊ INMET

Ontem também começou oficialmente a primavera e a estação das flores, que se estende até 20 de dezembro, promete ser quente na Paraíba. Segundo a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no Sertão do Estado a temperatura máxima pode ultrapassar os 40ºC. No Litoral, os termômetros devem marcar uma média de 30ºC a 32ºC.

O clima também deverá ficar abafado e com poucas chuvas. De acordo com o chefe do setor de Previsão do Inmet de Pernambuco, Ednaldo Correia, a primavera é tida como o início do período mais seco do ano na região Nordeste e na Paraíba, a região do Sertão será a mais atingida com as altas temperaturas e escassez de chuvas.

“Os meses mais secos serão outubro e novembro. Em Patos e nas cidades vizinhas, o período mais seco ocorrerá em novembro. Tudo isso porque a Terra fica mais próxima do Sol, durante a primavera, e se houver nebulosidades, as chuvas serão em pontos isolados e com pouco volume”, explicou.

Ainda segundo o metereologista, as chuvas em João Pessoa, por exemplo, passarão de 93 milímetros, como o registrado este mês, para 35 milímetros, em novembro e a previsão é que tenham apenas 11 dias com chuvas na capital, durante o penúltimo mês do ano. Já no município de Patos e cidades vizinhas, a previsão é que caiam somente de 2,1 a 3,1 milímetros, em novembro.

No mês seguinte, o volume de chuvas passa a ser de 38 milímetros. O metereologista acrescentou ainda que a menor intensidade dos ventos, em todo o Estado, deve contribuir para a sensação de altas temperaturas.

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Jornal da Paraíba

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