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VIDA URBANA

Assassinato de médico pode ter sido vingança

Delegado responsável pelas investigações acredita que o crime pode ter sido motivado por vingança, após morte de paciente após uma cirurgia. 

Publicado em 15/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 13:07

A Polícia Civil do Estado de Pernambuco segue investigando o assassinato do médico de Campina Grande Artur Eugênio de Azevedo Pereira, 36 anos, encontrado morto na cidade de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. O delegado responsável pelas investigações acredita que o crime pode ter sido motivado por vingança, em virtude da morte de um paciente após uma cirurgia malsucedida. A família contesta a informação.

Investigando a carreira do médico e ouvindo o depoimento de familiares e amigos, a Polícia Civil descobriu que o cirurgião torácico tinha recebido ameaças de familiares de um paciente de Campina Grande, que teria falecido após um procedimento cirúrgico envolvendo um erro médico.

De acordo com o delegado titular do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Mozart Santos, a linha de investigação mais forte indica que o crime foi motivado por vingança. “Não podemos dar muitos detalhes sobre o fato, mas estamos seguindo com as oitivas. Porém, outras linhas de investigação ainda não estão descartadas”, disse o delegado.

A princípio, os policiais levantaram a possibilidade de latrocínio, pois a vítima teve a carteira e o carro levados pelos autores do crime. No entanto, segundo a polícia, as características são claras de uma execução. “Tudo indica que o atirador o rendeu e atirou nas costas da vítima. Antes de morrer ele foi retirado do carro, pois não havia marcas de balas no veículo”, explicou Mozart.

FAMÍLIA CONTESTA

Apesar das investigações da polícia, a família contesta a hipótese de vingança. Segundo o sogro do médico, José Iremar Silva, Artur nunca realizou nenhuma cirurgia ou qualquer procedimento médico na Paraíba. Para a família, as razões do crime continuam sendo um mistério, restando apenas a certeza de que ele foi vítima de uma execução.

“Nós não acreditamos nessa hipótese de latrocínio. Pelas circunstâncias do crime está claro que ele foi executado, nós só não entendemos por qual razão, já que ele era uma pessoa tranquila, sem inimigos, que vivia para a família e o trabalho.

Confiamos e estamos colaborando com o trabalho da polícia e esperamos que tudo seja esclarecido”, afirmou.

Artur Eugênio era natural de Campina Grande, mas morava em Recife, onde trabalhava em vários hospitais. Ele vivia com a esposa, também médica, e um filho de 1 ano. Os pais e outros parentes da vítima moram em Campina, onde o corpo da vítima está sendo velado desde a manhã de ontem no bairro do São José.

No local, dezenas de familiares, amigos e colegas de profissão foram se despedir do médico, que esteve na cidade pela última vez no domingo, Dia das Mães. Ele passou o final de semana na casa dos pais e dos sogros, e depois retornou com a esposa e o filho para Recife. O sepultamento está marcado para as 8h30 de hoje, no cemitério do Monte Santo.

Imagem

Jornal da Paraíba

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