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VIDA URBANA

Assassino de paraibanos na Espanha admite ter planejado o crime

Patrick Gouveia disse que matou os quatro parentes  porque "seria cruel matar apenas o tio".

Publicado em 16/11/2016 às 10:57

Assassino confesso da família de paraibanos na Espanha, Patrick Gouveia deu um novo depoimento à Justiça de Guadalajara e pela primeira vez admitiu ter planejado o crime que vitimou o tio Marcos Campos Nogueira, a esposa dele, Janaína Santos Américo, e os dois filhos do casal, Maria Carolina e Davi. A emissora de TV espanhola 'Antena 3' teve acesso às declarações, dadas na segunda-feira (14), e nelas Patrick também isenta de culpa o amigo Marvin Henriques Correia, preso e indiciado em João Pessoa por participação no crime brutal.

Patrick negou que tenha agido por impulso e disse que foi até à casa com o intuito de matar todos os parentes e não apenas o tio. “Matei os quatro porque matar apenas Marcos me parecia cruel. Não ia deixar uma família sem marido e sem pai. Não sofreram, não gritaram, foi muito rápido”, disse o assassino. No primeiro depoimento, Patrick havia dado entender que agiu para se vingar do tio, por este ter supostamente lhe abandonado quando a família mudou de casa, deixando a cidade de Torrejón para Pioz, onde aconteceram os assassinatos.

O jovem explicou como surgiu a ideia de cometer os assassinatos e disse que pensou muito antes de executá-los. Patrick também afirmou que não foi a primeira vez que sentiu vontade de matar alguém. “Três dias antes, senti a necessidade de matar. Isso acontece muitas vezes, desde os 12 anos. Quando isso acontece, eu bebo muito”, declarou. Vale lembrar que, aos 16 anos, Patrick foi detido no Pará após esfaquear um professor dentro da sala de aula.

No depoimento, Patrick também deu maiores detalhes da relação com Marvin. Ele afirmou que o amigo, com que trocou mais de cem mensagens durante o crime, não sabia dos seus planos. “É como se fosse um irmão mais novo. Ele é muito bom”, disse. O jovem explicou ainda que a amizade entre cresceu após o caso da tentativa de assassinato do professor. “Sua mãe era psiquiatra e me ajudou muito. Somos inseparáveis”, afirmou. A mãe de Marvin, Andréia Ligia Vieira Correia, morreu em 2013. Ela é uma das autoras do livro 'Doutor , meu filho é normal?'.

Marvin Henriques segue preso e foi indiciado pela chacina na semana passada. A Polícia Civil da Paraíba considerou que ele participou diretamente apenas da morte de Marcos Campos, pois o o contato entre os jovens começou quando Janaína e as duas crianças já estavam mortas.

Nas novas declarações, Patrick explica que foi se desfazendo das armas usadas no crime aos poucos, dias após o crime. Mostrando consciência dos seus atos, o jovem disse que sabia que seria preso e veio ao Brasil para se despedir da família. Pela primeira vez, ele falou em arrependimento. "Sim, eu me arrependo de ter matado. É tudo minha culpa”, disse.

Relembre o caso

Os corpos da família paraibana foram descobertos no dia 18 de setembro. As autoridades foram alertadas por um vizinho 'que percebeu o odor' vindo da residência.

Inicialmente a Guarda Civil espanhola trabalhou com a possibilidade de ajuste de contas. Porém, com o avançar das investigações, descartou-se essa tese e, 15 dias após a descoberta dos corpos, o caso foi dado como encerrado. E François Patrick Nogueira Gouveia foi apontado como único suspeito, após a polícia achar material genético dele no local do crime.

Após se entregar na Espanha, Patrick confessou ser de fato o autor do crime. Em depoimento, ele não revelou os motivos que fizeram com que ele cometesse o assassinato, disse apenas que “sentiu uma ódio incontrolável e uma vontade de matar”.

No final de outubro, surpreendentemente, a Polícia Civil da Paraíba anunciou a prisão de um segundo suspeito de envolvimento nas mortes. A prisão preventiva de Marvin Henriques Correia foi pedida pelo Ministério Público, que acredita que o jovem de 18 anos participou do crime, mesmo à distância.

Imagem

Jornal da Paraíba

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