Assustada, população vai às ruas pedir mais segurança na capital

Mulheres sequestradas, estupradas e uma delas brutalmente assassinada; universitário morto na porta da sua casa; roubos constantes a moradores e comerciantes; sensação de insegurança sem controle. A violência vivenciada no bairro dos Bancários se tornou insustentável e, devido aos últimos acontecimentos, moradores realizarão hoje, a partir das 17h, uma 'Marcha pela Segurança' com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para a necessidade de mais ações no bairro.

[Em virtude da chuva, a caminhada foi adiada para este sábado (27) às 17h].

De acordo com um dos organizadores do movimento, padre Marcondes Meneses, o sequestro seguido de morte que ocorreu no último sábado indignou a população, que se sente presa dentro de suas casas e não aguenta mais esperar por respostas. “Ninguém aguenta mais essa insegurança. Então essa caminhada clama por paz, segurança e esperança para que o bairro um dia volte a ser um local onde todos consigam conviver sem medo”, explicou.

O padre revelou que a insegurança tem assustado, tanto que na saída das missas ele contratou segurança particular para proteção do templo e dos fiéis. A caminhada, segundo ele, clamará por respostas dos órgãos de segurança pública. “Nós divulgaremos uma carta amanhã do movimento por paz no bairro, onde lançaremos, como prioridade, a implantação da Unidade de Polícia Solidária (UPS) ou do Distrito Integrado de Segurança Pública (Disp) no bairro; melhorias na iluminação pública; além de um abaixo-assinado, que encaminharemos à Câmara Federal pedindo uma reforma do Código Penal”, acrescentou.

A concentração da Marcha pela Segurança acontecerá às 17h, em frente ao supermercado Bemais da Praça da Paz. De lá, os moradores seguirão em caminhada rumo à Igreja do Menino Jesus de Praga, que fica nas Três Ruas. Os participantes deverão ir de branco.

Segunda Caminhada

Essa não é a primeira caminhada realizada pelos moradores do bairro dos Bancários em busca de paz. Em outubro do ano passado, outro crime chocou os moradores. O universitário e corretor de imóveis Higor Natan foi assassinado com quatro tiros em frente a sua casa, próximo às três ruas.

Para a moradora do bairro Maria Sousa (fictício), que recentemente foi assaltada quando ia a caminho da academia, morar nos Bancários se tornou um risco. “Meu medo é que quase sempre ando sem nada, mas hoje em dia eles não se satisfazem em levar o que você tem, também querem levar sua vida. A gente agora convive com o medo”, comentou.

Policiamento

O comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), coronel Sena, responsável pelo policiamento do bairro dos Bancários, reconheceu a sensação de violência que paira entre os moradores. Ele explicou que atualmente o local é dividido em dois quadrantes de polícia preventiva, que conta com policiamento 24 horas. Apesar disso, ele destacou que os casos 'pontuais' têm espalhado uma sensação de medo na população e, para resolver isso, a partir da próxima sexta-feira será implantada uma Unidade de Polícia Solidária Móvel (UPS móvel) no local. “Essa sensação de segurança hoje só pode ser amenizada com a presença policial mais perto da população. Temos projetos para implantação de uma Unidade de Polícia Solidária (UPS) há mais de um ano. Por questões administrativas, esse projeto ainda caminha para o seu desfecho, que deverá ocorrer ainda este ano. Enquanto esse projeto não sai, utilizaremos uma van da PM, com policiais estrategicamente posicionados no bairro. Isso deverá acontecer, no mais tardar, na sexta-feira”, assegurou.

Atualizada às 14h