Atendimento de queimados cresce 8% este ano

O que deveria ser uma brincadeira típica de interior foi motivo de muita dor e de graves consequências para a filha da agricultora Marinalva José, que reside em um sítio no município de Pedras de Fogo, localizado a 42 quilômetros (km) de João Pessoa. A menina de apenas 2 anos brincava no entorno da fogueira, que foi acesa em alusão ao Dia de São José, comemorado no último dia 19 de março.

A agricultora contou que preparou a fogueira com a esperança de ter fartura na lavoura, já que a crença católica diz que se chover no dia do santo a safra do ano será boa. No entanto, a comemoração mudou o rumo e deixou Marinalva José aflita ao escutar o choro da filha. “Eu estava dentro de casa e, quando menos esperei, escutei minha filha aos berros, quando saí para ver, ela já vinha nos braços da minha filha mais velha. A fogueira já tinha acabado, mas ainda tinha cinzas e brasas e ela com brincadeira acabou pisando com os dois pezinhos e teve queimaduras de 2º e 3º graus”, relatou.

Sem saber das consequências da atitude inicial, tomada logo após a queimadura, a agricultora umidificou o local com óleo de cozinha, o que, segundo especialistas, agravou o quadro da queimadura da menina.

A mãe afirmou ainda que levou a pequenina ao hospital do município, onde foi atendida, medicada e liberada. No outro dia, já em casa, Marinalva percebeu que estava surgindo bolhas nos pés da criança e resolveu procurar socorro no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HEETSHL), em João Pessoa.

Da mesma forma que Marinalva, moradores da capital e Região Metropolitana, do interior da Paraíba e de Estados vizinhos, como Rio Grande do Norte e Pernambuco, buscam o Trauma para tratar as queimaduras, segundo a coordenação da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do hospital.

A demanda recebida pela unidade hospitalar resultou em 265 atendimentos entre 1º de janeiro a 20 de março do ano passado, e 286 no mesmo período deste ano. Os dados repassados pela estatística do hospital, Julice Suares Souza, apontam um crescimento de 8% nos atendimentos por queimadura neste ano, em comparação a 2012.