VIDA URBANA
Atraso de salário provoca novo protesto em hospital de Campina
Além dos vencimentos de abril, sem data para serem pagos, os trabalhadores que têm direito a férias também não receberam os valores.
Publicado em 26/05/2015 às 6:00 | Atualizado em 08/02/2024 às 18:54
Pela segunda vez este ano vários trabalhadores do Hospital João XXIII, em Campina Grande, unidade especialista em tratamento de cardiologia, decidiram realizar na manhã de ontem uma paralisação de seus serviços devido a atraso no pagamento do salário. No último mês de janeiro esses mesmos funcionários cruzaram os braços apontando o descumprimento da convenção coletiva dos servidores que aponta para o pagamento acontecer até o 5° dia útil do mês corrente.
Além dos vencimentos do mês de abril que até agora não têm data para serem pagos, os trabalhadores que têm direito a férias também não receberam os valores da direção do hospital. De acordo com Josimar Bezerra, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde do Agreste da Borborema (Seessa-AB) paralisaram seus serviços alguns funcionários dos setores da portaria, cozinha, enfermeiros e técnicos em radiologia e enfermagem. Ela apontou que um acordo já foi proposto, mas que o hospital não tem cumprido.
“Não é a primeira vez que nós protestamos aqui. Buscamos uma resolutividade quando assinamos o TAC no Ministério Público no mês passado, mas a direção do hospital insiste em não cumpri-lo e ainda diz que não tem condições financeiras de fazer o pagamento no 5° dia útil. Eles apontam que estão enfrentando dificuldades por conta de bloqueios financeiros, mas eles não pararam de atender os pacientes que pagam particular, muito menos suspenderam os convênios. Só isso dá condições a eles de manterem todos os salários em dia”, afirmou Josimar Bezerra.
A Secretaria de Saúde de Campina Grande, através de sua assessoria de comunicação, afirmou que não existe nenhum atraso por parte da pasta aos serviços pactuados que são realizados no Hospital João XXIII. Apesar de alguns funcionários da unidade médica terem participado da mobilização e não terem cumprido com o horário de trabalho, os atendimentos oferecidos não foram suspensos nem reduzidos.
A direção do João XXIII informou que o quadro funcional da empresa é de 350 trabalhadores e que este atraso aconteceu devido a um problema trabalhista com um ex-colaborador. De acordo com Felipe Gadelha, diretor do hospital, os recursos oriundos do Sistema Único de Saúde (SUS) foram suspensos pelo atraso no pagamento dos direitos trabalhistas em questão, mas a expectativa é de que nos próximos dias haja o desbloqueio dos recursos e o pagamento seja colocado em dia.
“Estamos enfrentando um problema judicial e por isso os recursos foram bloqueados. Acabamos atrasando duas parcelas de pagamento do acordo que temos com um ex-funcionário, ele foi à Justiça e os nossos recursos foram bloqueados. Mas, nos próximos dias iremos resolver, já que desde a sexta-feira passada estamos esperando uma decisão favorável ao desbloqueio dos recursos", frisou.
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