icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

"Baixou pouco, mas baixou", diz secretário sobre crimes na PB

Titular da pasta de Segurança Pública e Defesa Social, Cláudio Lima fez um balanço das ações no Estado em 2015 e falou sobre o caso Rebeca, ainda sem solução.

Publicado em 31/12/2015 às 17:00

Na semana passada, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social da Paraíba, Cláudio Lima, atendeu a um pedido do JORNAL DA PARAÍBA para fazer um balanço sobre o ano que termina*.

Em sua sala, acompanhado de sua assessoria de imprensa, o secretário comentou sobre as ações policiais de combate ao crime no Estado e citou os principais investimentos realizados na área, considerada uma das mais desafiadoras para os gestores públicos.

Cláudio Lima falou ainda sobre o caso Rebecca, que termina mais um ano sem elucidação, e negou que tenha fechado delegacias. Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista:

JORNAL DA PARAÍBA: Qual o balanço que o senhor faz do ano de 2015?
Cláudio Lima: Do ponto de vista da Segurança Pública, tivemos alguns investimentos importantes como a aquisição do helicóptero, inauguração da Central de Polícia, e outros investimentos menores – alguns com recursos próprios, outros com ajuda do Governo Federal. Temos alguns programas e projetos em andamento com o Governo Federal. Em 2015 conseguimos executar muita coisa que não aparece, a exemplo de investimentos na área de inteligência. Conseguimos executar em termos de convênio cerca de R$ 30 milhões em projetos do 'Brasil Mais Seguro'. Isso foi uma busca no sentido de trazer alguns recursos para que pudéssemos aparelhar melhor a polícia. Parte dos recursos foi para a inteligência, outra para a área operacional e de formação. No caso da academia, conseguimos muitos equipamentos. Tivemos ainda a aquisição de veículos, distribuição de coletes, etc. Dentro desses investimentos, podemos citar o maior projeto que temos que é o da comunicação, embora não tenhamos conseguido concluir em razão da burocracia do próprio processo. A licitação foi feita, mas se arrasta na área de recursos. Espero que a gente possa concluir também, ainda este ano, o projeto de radiodigital para todo o sistema de segurança da Paraíba. Esse foi o maior projeto de 2015, de R$ 38 milhões. A população reclama muito, mas estamos tentando melhorar o sistema.

JP: Terminamos mais um ano sem a elucidação do caso Rebecca. O que o senhor tem a dizer a respeito? (Rebecca, 15 anos, foi estuprada e morta em julho de 2011, em Mangabeira)
CL: Acontece que a investigação policial não é por si só suficiente para se decidir sobre a autoria de um crime. Quem decide é a Justiça. Ultimamente o delegado que assumiu o caso chegou à uma solução – na visão da investigação chegamos ao mentor intelectual – e foi pedida a prisão dele, mas o Ministério Público não entendeu assim. Por isso o caso não foi concluído. Mas para a polícia, foi encontrado um resultado. Inclusive trouxemos pessoas de fora, como a Ilana Casoy, para ajudar no trabalho. Chegamos à conclusão em conjunto sobre os indícios apresentados, mas naquela ocasião o MP não entendeu que deveria encerrar o caso e por isso não foi encerrado.

JP: Como secretário de Segurança, o senhor está satisfeito com o desfecho do caso Rebecca?
CL: Não, porque faltou a pessoa responsável pela execução. A perícia chegou à conclusão que naquela cena não havia só uma pessoa. A investigação chegou ao autor intelectual, que certamente deveria estar presente, mas não tem certeza se foi ele quem executou.

JP: Como explicar o fato de uma polícia tão bem equipada não conseguir solucionar um caso como esse?
CL: A polícia dos Estados Unidos, da Inglaterra, nem sempre elucida todos os casos. Não é um negócio matemático que a polícia sempre chega ao resultado. Pode acontecer.

JP: Há boatos que a polícia sabe quem executou Rebecca, mas não torna isso público. Seria isso verdade?
CL: Não é verdade. Até porque se fosse, eu seria uma farsa, não seria um profissional com o devido respeito para está aqui. O que acontece é que a polícia não chegou a essa pessoa. Aconteceu de ter prova testemunhal, inclusive está nos autos, não tem nada escondido, está tudo lá. Durante a investigação, a polícia chegou à conclusão que aquela prova testemunhal não era verdadeira. Porque a perícia técnica provou que uma das versões apresentadas, por uma menina jovem, não era real. Se fosse há 30 anos, o caso estaria elucidado para a opinião pública, mas não para a Justiça. A versão foi totalmente descaracterizada pela perícia. A polícia não pode ficar em cima de boatos. Muitos surgiram, mas nenhum foi provado. As investigações continuam, mas uma hora vai se encerrar.

JP: E as delegacias fechadas durante a sua gestão. Como explicar isso?
CL: Não teve delegacia fechada. Se você contar uma mentira 200 vezes, essa mentira vira verdade, e isso nos entristece. Não houve fechamento. Essas delegacias nunca abriram à noite. O que deixa transparecer é que nos governos anteriores todas as delegacias abriram e que esse governo fechou. Isso é mentira. Inventaram isso em época de eleição e pegou. Pegou mesmo. Foi uma mentira bem contada. Até a Justiça ia 'engolindo' essa história, mas provamos com documentos que isso não aconteceu. Pelo contrário, abrimos mais delegacias. Abrimos a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a Delegacia de Roubos e Furto, a Delegacia da Mulher, todas funcionando 24 horas. Talvez meu erro tenha sido não explicar que na verdade nós abrimos mais delegacias.

JP: Secretário, sua gestão foi alvo de muitas críticas. Como o senhor lida com essa situação?
CL: A população não está errada. Essa crítica deve ser legitimamente aceita pelos gestores. Estamos dentro de uma sociedade que vem passando por transformações e essas mudanças precisam ser acompanhadas pelo Estado na atenção da saúde, da educação, da segurança. A população quando cobra segurança, está certa. O que acontece é que muitas vezes as críticas são levadas para o lado partidário. O sujeito sabe que se assumir também não vai resolver porque a violência faz parte da natureza humana. O que precisa é que o Estado faça a sua parte, no sentido de colocar essas condições para que o cidadão tenha paz, mas essa paz também depende de nós. A polícia não tem, jamais, como evitar, por exemplo, um homicídio dentro de casa.

JP: O senhor permanece na pasta da Segurança Pública em 2016?
CL: Estamos dentro de um processo no qual a única certeza que temos é que a gente sai. É absolutamente normal se amanhã sair qualquer secretário de qualquer pasta. O que posso dizer é que estarei sempre aberto ao diálogo. No dia que sentar outro (secretário) aqui, eu vou mostrar o que foi feito e dizer onde paramos. Temos o programa 'Paraíba Unida pela Paz' que deu resultado. Temos um sistema que, apesar de todo defeito e críticas, conseguiu frear uma criminalidade que crescia 25% ao ano e que nesses três últimos anos reduziu – baixou pouco, mas baixou. Para melhorar mais ainda faltou mais resultado. Nós queríamos mais porque estamos diante de um quadro que se agravou em todo o país e conseguimos pelo menos frear. Diminuímos 2012, 2013, 2014, e vamos conseguir, se Deus quiser, diminuir 2015. Se salvarmos uma vida em relação ao ano anterior já estamos satisfeitos.

JP: O que esperar de 2016?
CL: O ano que vem ainda é uma incógnita que não depende apenas do Governo do Estado. Temos uma situação no país que ninguém se arrisca a prometer algo que está fora da capacidade do Estado.

*Na edição de domingo (27) o JORNAL DA PARAÍBA trouxe, em sua versão impressa, uma entrevista com Cláudio Lima na qual ele fala sobre os sucessivos ataques a bancos registrados na Paraíba.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp